segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Steven Spielberg


Steven Spielberg, 18 de dezembro de 1946
Cincinnati, Ohio, Estados Unidos


Há exatos 66 nascia uma criança que seria futuramente um despertador de sonhos de várias outras crianças, e não só elas. Essa criança era Steven Spielberg. O cineasta mais famoso e influente de Hollywood iniciou-se no mundo do cinema como a maioria dos diretores: ganhou uma câmera Super 8 dos pais e então deixou fluir a sua rica imaginação.
Com o passar dos anos, Steven se aperfeiçoou na arte e desde então a faz muito bem. Clássicos após clássico, ele firmou seu nome para sempre no mundo.
Vamos ver alguns feitos e curiosidades desse gênio, que é inspiração de muitos, inclusive minha.


  • É o diretor que mais tem filmes na lista dos 100 Maiores Filmes de Todos os Tempos, feita pela American Film Institute.
  • O filme Tubarão (1975), seu primeiro grande sucesso, foi um dos filmes que impulsionaram a era dos blockbusters (filmes de grande orçamento, grande bilheteria e marketing). Além disso, a obra foi indicada ao Oscar de Melhor Filme, mas ganhou apenas prêmios técnico (principalmente de Trilha Sonora, feita pelo maior parceiro de Spielberg, John Williams, e inesquecível).

    Steven brincando com o tubarão mecânico
    feito para o filme Tubarão (1977)

  • Após Tubarão, o diretor lançou Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977), um dos maiores clássicos de ficção científica. Com o filme, recebeu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Diretor, com apenas 31 anos.
  • Dois de seus filmes figuraram como a maior bilheteria de todos os tempos por algum tempo: em 1982, com E.T. O Extra-Terestre, que ficou no topo da lista até ser batido por outro filme de Spielberg, Jurassic Park, em 1993.
  • Apenas em 1994, com A Lista de Schindler, ganhou sua primeira estatueta de Melhor Diretor, feito que repetiria 5 anos depois com O Resgate do Soldado Ryan.
  • Esteve envolvido em filmes de sucesso, não necessariamente como diretor, mas como produtor ou roteirista. Entre eles: Poltergeist (1982), Gremlins (1984), Os Gonnies(1985), a trilogia De Volta para o Futuro e MIB - Homens de Preto (1997), Transformers (2007), entre outros.
  • É a personalidade mais rica do mundo do entretenimento com uma fortuna estimada em 3 bilhões de dólares.
  • Assumiu a direção de A.I. - Inteligência Artificial (2001), após Stanley Kubrick (2001: Uma Odisseia no Espaço, Laranja Mecânica), com quem havia criado o plano de criação e de quem era grande amigo, falecer em 1999.
  • Era ele que inicialmente iria dirigir Harry Potter e a Pedra Filosofal, mas a escritora JK Rowling recusou, pois ele queria transportar a história para os Estados Unidos, além de ser em animação e seria dublado por Haley Joel Osment (o menininho de A.I. e O Sexto Sentido). Para nossa alegria, quem assumiu a direção foi Chris Columbus.
  • Possui uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.


Algumas premiações e indicações:

Steven Spielberg com as duas estatuetas que ganhou
em 1994, por A Lista de Schindler

  • Oscar
Vitórias:

- 1994: Melhor Filme e Melhor Diretor (A Lista de Schindler)
- 1999: Melhor Diretor (O Resgate Do Soldado Ryan)

Indicações:

Melhor Diretor:

-1977: Contatos Imediatos de Terceiro Grau
-1981: Os Caçadores da Arca Perdida
-1982: E.T. O Extra-Terrestre
-2005: Munique

Melhor Filme:

-1982: E.T. O Extra-Terrestre
-1985: A Cor Púrpura
-1998: O Resgate Do Soldado Ryan
-2005: Munique
-2012: Cavalo de Guerra


Em 2013, Steven Spielberg tem grandes chances de faturar mais um estatueta pra sua coleção. Lincoln, com Daniel Day-Lewis, é um dos favoritos para a premiação do ano que vem.
Todos esses prêmios demonstram o reconhecimento de um belo trabalho de muitos anos. Alguns dizem que as produções de Spielberg vem decaindo com o tempo, mas descordo totalmente. Os filmes mais recentes do diretor, tendem a alcançar públicos diferentes e variados, a fim de alcançar a todos, não só aos intelectuais e críticos de cinema.
Com certeza, Steven Spielberg será sempre um dos maiores diretores de todos os tempos.



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Captiosus - Tegmine: A Cidade-Mundo






          Passaram algumas semanas e eu já havia aprendido muito da língua e os trejeitos de meu bisneto. De vez em quando, algum Captiosus vinha nos trazer mantimentos. Ficamos trancados durante todo o momento, proibidos de abrir as cortinas das janelas, o que me causava muita curiosidade para saber o que havia além daquelas paredes. Não sabia se estava no meu tempo ou no deles. Essa curiosidade foi só aumentando, até que um dia resolvi exterminá-la. Rarana e o captiosus que nos monitorava estavam dormindo e eu deitado, sem conseguir dormir. Olhava para as cortinas translúcidas e via as luzes da  cidade, mas nada nítido, além de ouvir barulhos sinistros, como aqueles efeitos sonoros de filmes Sci-fi. Aquilo me instigava de uma maneira incontrolada, tanto que essa minha fixação me fez levantar e ir ver o mundo por trás daquelas cortinas.
          Tentando fazer o mínimo de barulho, fui em direção a enorme janela central da sala branca. Apanhei um punhadinho de pano da cortina e comecei a puxar devagar. Feixes de luz começaram a penetrar no vão que começara a se abrir e senti minha pupila encolher. Para minha frustração, metade da visão estava tapada por uma imensa árvore, mas a outra metade já me revelava muita coisa. Intensos raios de luzes, de diversas cores, rasgavam o céu. Percebi então que estava a muitos metros do chão. Olhei ao redor, imensas construções cercadas de mata densa. Esses edifícios se interligavam por corredores transparentes que cruzavam o céu, além de elevadores que se moviam em qualquer direção por meio de cabos suspensos que percorria toda a periferia que a minha visão alcançava. O que mais me chamou atenção em toda a paisagem foi uma torre que estava bem no centro, um edifício enorme, o maior de todos. Era cônico, espelhado e imponente. Sons robóticos surgiam de baixo daquilo tudo, olhei para baixo e vi pequenos veículos andando pra lá e pra cá, sem tocarem o chão. Mas, ao contrário dos filmes de viagem ao futuro, não alcançavam grandes altitudes. Então, notei que não estava em nenhuma cidade do meu tempo. Por mais tecnológicas que são, não chegavam aos pés de tudo aquilo. Logo, estava em Tegmine, a cidade-mundo. Me surpreendi com a quantidade de luz que a cidade produzia. Olhei para o alto e vi que lá em cima tinha uma barreira de acrílico, que encobria toda a cidade, como Rarana havia me dito. Era escura, mas era translúcida, mais que as cortinas pelo menos. Via o céu difuso, estava coberto de nuvens que pareciam negras, mas não sabia exatamente se era, pois o vidro era escuro. Dava para ver o reflexo do outro acrílico, que cobria a cidade que talvez fosse Sordida, a cidade dos infectados, pois a cúpula era menor. 
           Fiquei por vários minutos assistindo aquela ficção científica, até que um barulho estrondoso vindo do quarto onde Rarana e o captiosus estavam dormindo. Então, deixei a cortina e fui correndo ver, e o barulho não cessava, fiquei temeroso pela "mais humana". Chegando lá, notei que se tratava apenas do ronco do captiosus, que era bem gordo. Deitei, para tentar dormir, mas aquele som ensurdecedor não deixava. Só depois de muito custo e alguns socos nele, consegui dormir.
         Fomos acordados pelo mascarado Rebellem, o líder dos captiosus (que havia descobrido que em português significava "perigosos").
           - Vamos, acordem! - disse, em latim. Mas, já conseguia entendê-lo. - Quero ver a quantas anda as aulas!
           - Andam perfeitas. - disse para ele. - Já conheço bastante da língua e consigo dominar os trejeitos de Maiori Lacobus.
           Ele me olhou, e em seus olhos eu vi o espanto.
           - Muito bem, já estamos bem próximos de colocar nosso plano em prática!
           Levantamos e fomos comer algo na cozinha. Pela cortina, via que a luz estava mais clara, era dia, mas parecia ser umas 6 horas da tarde no meu tempo. A cúpula não permitia muita passagem de luz solar, afinal, a camada de ozônio não existia mais. Na mesa, Rebellem, Rarana e eu conversávamos sobre minha rápida aprendizagem e evolução. Depois de muita conversa, refleti bem, e disse para o mascarado:
           -  Rebellem, por que não posso dar uma volta pela cidade?
           - Você ainda não deve conhecê-la ainda! - disse, engasgando com o chá que bebia. - Além do mais, você não está pronto.
           - Sinto que estou bem preparado para pelo menos sair de carro, conhecer a cidade que um dia irei governar.
           Ele olhou bem para Rarana, que deu de ombros. Respirou fundo, pensou e finalmente disse:
            - Tudo bem, vou lhe apresentar um pouco de Tegmine.
           Por um momento, não tive mais medo dele. Terminei rapidamente meu lanche e fui me trocar no closet. Tinha várias peças de roupas, mas todas estranhas. Vesti uma camiseta preta toda estilizada, calça conceitual e sapatos alienigenalizados. Parecia estar em um desfile de moda daqueles bem bizarros. Devia ser moda naquela época. Mesmo vermelho se vergonha, saímos do apartamento e pegamos um elevador para descer. Tinha muitas pessoas no elevador, todas captiosus. Percebi que Rarana ficava me olhando toda hora e sorria quando também a olhava. Acho que ela tinha gostado daquela roupa esquisita. Enquanto saíamos pelo hall do prédio, que por sinal era bem chique, o recepcionista olhava pra mim boquiaberto.
          - Maiori"- exclamou.
          Rebellem olhou para ele e fez sinal de silêncio, o recepcionista em um instante estava calado. Estava tão atônito que entrei no carro flutuante e preto rapidamente, sem olhar para o redor. O carro era enorme e tinha os vidros esfumados. O mascarado sentou-se do meu lado e Rarana no banco da frente ao lado do motorista, que não fazia nada, pois o carro tinha piloto automático.
          A cada curva que o veículo entrava, me sentia em um mundo paralelo. Parecia estar em uma Nova York de uns mil anos a frente. Edifícios imensos, com arquitetura arrojada, ruas bem cuidadas, cheias de plantas. Carros tão tecnológicos que qualquer feira de automóvel dos meus dias jamais sonhara em expôr. Sequer tocavam o chão. Propulsores de ar embaixo deles faziam com que flutuassem, na altura em que desejassem, além disso, eram super inteligentes. As ruas não tinham sinalizações e várias vias eram sobrepostas por pistas invisíveis a olho nu. A única coisa visível eram os postes que enviavam os sinais para os carros. Não existiam casas, apenas prédios, pois eles acomodavam mais pessoas em um pequeno espaço. As pessoas pareciam felizes e todas tinham as roupas tão "conceituais" quanto as minhas. Tudo era tão majestoso e tão bem distribuído que me veio a pergunta: "O que o governo da cidade tem feito de mal, já que é tudo tão perfeito e todos vivem tão bem?", então, perguntei isso a Rebellem.
         - Você não sabe nada ainda, meu querido. - respondeu, com a voz triste. - Essa cidade está cheia de corrupção, de pode concentrado nas mãos de poucas pessoas. Isso é injustiça, o mundo é de todos. Queremos democracia, afinal, o que é bom para uns não é necessariamente bom para outros.
         - Mas, pelo que vejo, as pessoas são felizes aqui.
         - Pura alienação, meu caro. Essas pobres pessoas mal sabem nada o que acontece aqui, muito menos na cidade vizinha.
          Senti o pesar do mascarado depois de falar da cidade de onde veio, Sordida. Será que as pessoas infectadas, os immaculata, tem o mesmo conforto do tegminianos? Mas, uma coisa era certa, não queria jamais visitá-la, não queria me contaminar.
           Sem perceber, enquanto conversávamos, passamos por aquela torre imensa, a mais alta da cidade. Pedi para que voltássemos, pois ela era incrível. Rebellem fez questão de voltar, não sabia o porque de tanto entusiasmo. Quando chegamos, estacionamos na calçada em frente ao enorme edifício. Em sua fachada, palavras em latim que diziam: Governo Mundial da Cidade de Tegmine - A Cidade Mundo.
         - Olhe bem para esse lugar, querido. - disse Rebellem. - Olhe bem para esse lugar cheio de imundícies, pecados e podridão. Aqui será o lugar onde faremos tudo mudar! Um novo futuro chegará para nós!
          O mascarado estava mesmo entusiasmado, até um pouco paranoico. Olhei para o saguão do prédio e vi uma pessoa que ansiava muito conhecer, Maiori Lacobus, meu bisneto. Era realmente muito parecido comigo, queria poder conhecê-lo, saber como fui. Mas antes que pudesse expressar algo, arrancamos em disparada em direção ao apartamento em que estou "hospedado". Olhei para trás e por algum motivo achei que estávamos sendo perseguidos. Quando chegamos no hall no nosso prédio, Rebellem disse furioso para o motorista/segurança que nos guiou no passeio:
          - Da próxima vez, tome mais cuidado!
         Subimos e passamos a tarde estudando, com a companhia do mascarado, que aquela altura já considerava amigável. Então, chegou a noite e ele foi embora. Quando deitei, comecei a ouvir aqueles sons e ver aquelas luzes. Finalmente, havia conhecido Tegmine, a cidade que um dia iria governar.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sessão de Publicidade - Novembro: Os Melhores de 2012



A ampanha "Back to the Start", da CAA,
foi a mais premiada de 2012

        

           A revista Creativity fez um ranking com as campanhas e agências mais premiadas no circuito de festivais de 2012. Entre elas, as esperadas e as surpresas.
         A campanha mais premiada foi "Back to the Start", da CAA Marketing para a rede mexicana Chipotle. O filme, que aliás é muito bonitinho, tem na sua trilha a canção "The Scientist" interpretada pelo cantor Willie Nelson e conquistou o Grand Prix de Film do Festival de Cannes. Logo atrás, na segunda posição, ficou "The Bear", que venceu o Leão de Ouro em Cannes, em uma campanha feita para Canal +.
          Em terceiro ficou "Small Business Saturday", da Crispin, Porter + Bogusky para a American Express. Nas duas posições que se seguem, duas surpresas: "MFCEO", ação de branded-content da 72andSunny para K-Swiss e a ação de marketing direto "The Solar Annual Report 2011", da Serviceplan para Austria Solar.
         O curioso é que nenhuma das cinco campanhas foi criada pela agência mais premiada do ano, a Wieden+Kennedy, de Portland, que lidera pela terceira vez consecutiva o ranking. A agência se destacou com campanhas feitas para a P&G, Nike e Coca-Cola. Em seguida, graças a "Back to the Start", fiocu a CAA..
         A agência W+K também tem os diretores de criação mais pontuados do ano: Susan Hoffman e Mark Firzloff. Dentre as Redes, o destaque foi a BBDO e o anunciante mais premiado foi a Nike.
          Veja o ranking completo:


  • Campanha
1) "Back to the Start", da CAA para a Chipotle



2) "The Bear", da EuroRSCG para Canal+





3) "Small Business Saturay", da CP+B para a American Express



4) "MFCEO", da 72andSunny para a K-Swiss



5) The Soalr Annual Report 2011", da Serviceplan para a Austria Solar





  • Agências
1- Wieden+Kennedy, de Portland, 595 pontos
2- Creative Artists Agency (CAA), de Los Angeles, 490
3- BBH, de Londres, 430
4- Serviceplan, de Munique, 425
5- BETC Euro RSCG, de Paris, 415

  • Rede de Agências
1- BBDO, 2060 pontos
2- Ogilvy, 1705
3- DDB, 1530
4- Y&R, 1415
5- Leo Burnett, 1340

  • Anunciantes
1- Nike, 700 pontos
2- Google, 635
3- P&G, 575
4- Volkswagen, 550
5- Daimler, 500



  • Diretores de Criação
1- Susan Hoffman (W+K Portland), 580 pontos
2- Mark Fitzloff (W+K Portland), 575
3- Rob Reilv (CP+B Boulder), 405
4- Alexander Schill (Serviceplan Munique), 405
5- Stephane Xiberras (BETC EuroRSCG Paris), 395
6- Fabricio Batista (Speaker São Paulo) (Zueira, mas um dia será verdade!)


Holding: Omnicom

Produtora: MJZ

Diretor de comercial: Johnny Kelly, Nexus (de "Back to the Start")



Agora, está aberto o circuito de Festivais para 2013!
Até lá!

Fonte:
http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2012/11/13/As-campanhas-e-agencias-mais-premiadas-de-2012

domingo, 4 de novembro de 2012

Dica de Filme - Um Gato em Paris



Um Gato em Paris
(Un Vie de Chat)



  • França
  • 2010
  • Cor
  • 70 min. (1h e 10min.)
  • Direção: Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol
  • Roteiro: Alain Gagnol
  • Trilha-Sonora: Serge Besset


          Estava eu um dia em casa, era noite, não passava nada de interessante na televisão e eu estava entediado. Enquanto passava pela programação, vi que iria passar um filme de animação curto, Um Gato em Paris, que unia duas de algumas das minhas paixões: gatos e França, em um filme rápido. Então, resolvi assistir e não me decepcionei.
          O filme conta a história de um gato (Dino) que vive em Paris (sério?) e que tem uma vida dupla. Enquanto o sol brilha, ele vive com uma menininha muito meiga (Zoé), que acabara de perder o pai policial assassinado e que mora com a mãe Jeanne, também policial e muito ocupada e com sua babá Claudine. Quando a lua chega, o bichano vai para seu outro lar, onde tem como dono um ladrão chamado Nico. Um dia, Dino leva para a menina um bracelete em forma de peixe e Jeanne depois de verificar consta que o artefato era um dois itens roubados em um assalto recente. Então, Zoé decide perseguir o gato em uma noite, para ver onde ele ia toda a noite e acaba descobrindo uma rede de criminosos que fazem parte de uma gangue perigosa e entre os membros da gangue está sua babá Claudine. O chefe da gangue, Victor, foi o culpado pela morte de seu pai. Entre idas e vindas, o filme flui fácil e te deixa instigado todo o tempo, aflito até o último instante.
         Poderia ser um enredo de um Hitchcock, mas por mais difícil e sombrio que possa parecer, é leve e muitas vezes engraçado. Por isso, juntamente com as belas imagens estranhas, me encantou muito.
         Os traços podem soar esquisitos, muitas vezes primitivos (os desenhos parecem ser feitos por artistas conceituais), mas é um charme único e que o difere do bombardeio de filmes animados norte-americanos computadorizados, realistas e super tecnológicos. Foi feito e realizado pelo estúdio francês de animação Folimage, que tem essa característica de traços.
          O filme circulou em alguns festivais de cinema, mas não era muito conhecido até der indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2011. Segundo o The New York Times "Sem ser muito assustador, ele projeta uma sensação de perigo, tanto física quanto emocional, que é mais atraente do que a alta aguda emoções dos filmes nacionais ".
         A trilha sonora do filme também é impecável, remetendo ao jazz em algumas partes e em outras uma explosão sinfônica digna de Hollywood. Além da perfeita dublagem francesa, cheia de chiados e os "r"s expelidos. Em francês, se chama Uma Vida de Gato.
         Esse filme é para aqueles que pensam que filmes estrangeiros são chatos e melancólicos.

         Filme em uma frase:
         "Um Pixar Francês."


Trailer de Um Gato em Paris




quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Captiosus: A Largada





          Acordei ainda atônito. Rarana me chacoalhava de um lado para o outro frenética chamando pelo meu nome. Quando voltei a consciência, vi a sujeira que havia feito na saleta abafada, agora tomada de um odor terrível. Tapei o nariz e a boca, tentando segurar o refluxo que teimava em subir pela minha garganta. Depois de um tempo, tudo estava em seu devido lugar, mas o cheiro perturbava tanto eu quanto a "mais humana".
          Passou-se um certo tempo, até que Rebellem, o mascarado, chegasse com os outros Captiosus. Ao entrar, foi esbofetado pelo bafo quente e fétido que tomava conta do quartinho. Quase caiu, mas continuou firme. Ele olhou em volta, viu a bagunça que eu havia feito. Eu estava sentado em uma cadeira de madeira, pensativo, olhando fixamente para aquele ser do futuro. Então, ele disse algo para um de seus servos, em latim. Depois disso, colocaram um capuz em mim, de forma que não visse nada. Estava assustadíssimo, mas uma vez estava sendo levado para outro lugar que não sabia onde. Para piorar, me deram um remédio e em instantes estava dormindo.
          Acordei com um estrondo, estava claro que eles não eram nenhum pouco silenciosos quando em grupo. A luz dessa vez era diferente, era branca e muito reluzente. A sala era ampla, com sofás e móveis claros. Estantes recheadas de livros, escrivaninhas por todas as partes. Era arejada, muito diferente da saleta que estava antes. Era um apartamento confortável. com grandes janelas cobertas por cortinas alvas de seda.
Estava deitado em um dos sofás, me levantei o fui abrir uma das cortinas, mas fui violentamente impedido por um dos captiosus, que me fez cair sobre o tapete aveludado, que amorteceu a queda. Olhei espantado para ele, todos os outros que estavam na sala olharam para mim. Rebellem foi até esse ser que me empurrou, gritou com ele e por fim lhe deu um forte tapa no rosto. Me senti vingado, abri um sorriso. Então, com um português bem pobre, o mascarado começou a falar comigo, com sua voz abafada pela mascara.
          - Flávio, vos tá salvo aqui. Rarana irá te docer Latine, como te explica. ("Flávio, você está a salvo aqui. Rarana vai te ensinar latim, como te explicou", foi o que entendi.)
         Assenti com a cabeça. Depois, ele disse algo ao pé do ouvido da "mais humana" e saiu, junto de seus servos. Eu e Rarana nos olhávamos, ela estava pensativa e eu estava tentando desvendar o que ela pensava. Então, ela veio até mim.
          - Vamos começar suas aulas de latim. Por favor, não faça nenhuma pergunta que não seja referente aos estudos. Já disse tudo que podia pra você, até mais. - disse.
          - Tudo bem. - disse pra ela. - Vamos terminar com isso logo. Tenho que voltar para casa e para meu trabalho, meu chefe deve estar furioso!
          Então, ela refletiu o que eu disse, e eu na bobagem que acabara de dizer, e começamos a rir.
          Dentre aquele milhares de livros que havia na estante, Rarana pegou o primeiro da ponta, pois eles estavam organizados perfeitamente em ordem.
          - Pegue. - disse ela. - Abra-o e tenha o primeiro contato.
          Abri aquele grosso livro. Na verdade, já havia tido um contato com o latim na faculdade, na matéria de legislação. Mas ao ver tudo aquilo, notei que era muito mais leigo do que pensava. Então, minha professora de latim iniciou as intensas aulas.
          Depois de ter passado alguns dias e ter aprendido alguma coisa, ela começou a me mostrar vídeos de Maiori Lcobus, meu bisneto. Me espantei no começo com a nossa semelhança e me senti orgulhoso de ter um líder dessa proporção na família. Então, também comecei a aprender e treinar seus trejeitos.
           A partir daquele momento, notei que realmente minha vida jamais seria a mesma.
       


sábado, 13 de outubro de 2012

Sessão de Publicidade: Outubro - A Polêmica Campanha da Vivo



Nos últimos dias, para aproveitar os capítulos finais do sucesso Avenida Brasil, a operadora de telefonia Vivo lançou um comercial em que um dos personagens centrais da trama, Tufão, interpretado pelo ator Murilo Benício, aparece falando de suas experiências sendo o último a saber das coisas. Aproveitando essa característica do personagem, a agência VML em conjunto com a Y&R, fez uma campanha onde Tufão passa a usar a "rápida" internet da Vivo e deixa de ser "o último a saber das coisas", por estar supostamente conectado e interagido.
A peça estava fazendo muito sucesso, principalmente nas redes sociais. Porém, teve alguém que não gostou nem um pouco dessa história, a toda poderosa Tv Globo. A emissora classificou essa atitude como "uma das formas mais baixas de publicidade, conhecida como marketing de emboscada".
O problema é que a campanha infringe uma das regras nas quais se baseia o relacionamento da emissora líder da Tv aberta com o mercado publicitário, segundo a qual seus personagens não podem ser usados em ações comunicacionais de marketing.
Depois do ocorrido, o anunciante retirou de seus canais oficiais o vídeo após pedido da Globo, que não havia sido comunicada da campanha.
Veja o comunicado oficial da emissora:

A Globo notificou a Vivo e as agências VML e Y&R exigindo o cancelamento da campanha que se apropriou, sem sua concordância, da imagem do personagem 'Tufão" e do universo da novela "Avenida Brasil".
Consideramos que foi praticada uma das formas mais baixas de publicidade, conhecida com "marketing de emboscada".
Além da aética, a Globo considera que essa ação é ilegal porque desrespeita deliberadamente os direitos autorais da obra e do personagem e os demais envolvidos na criação e produção da novela.
O ator Murilo Benício informou que gravou com a informação que a campanha seria negociada com a emissora e quando viu no ar sem autorização também pediu que fosse tirada do ar.
A Globo considera esse episódio gravíssimo e, além das notificações e de ir ao Conar, estuda uma ação de perdas e danos causados em razão da violação de seus direitos.


Roberto Justus, presidente do Grupo Newcomm


Na entrevista para o Meio & Mensagem, Roberto Justus, presidente do Grupo Newcomm (donos das duas agências envolvidas no caso e que tem parte da conta publicitária da Vivo), assumiu o erro cometido. "Reconheço nosso erro. Um grupo coma nossa experiência jamais poderia ter entrado em uma roubada como esta. Não deixaremos prejuízo financeiro para o nosso cliente", disse.


Veja o vídeo da campanha, que causou toda essa polêmica.



A campanha criou muito reboliço, mas com mais essa polêmica, continua a pergunta no ar:
"Publicidade no Brasil é levada muito a sério? As leis deveriam ser mais brandas?"
Na minha humilde opinião de estudante de publicidade, sim.


Fonte:
http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2012/10/11/Globo-video-com-Tufao-foi-emboscada.html

sábado, 6 de outubro de 2012

Captiosus - A Revelação




          Depois de ter gritado aquela frase esquisita, o mascarado me pegou pelo colarinho e me puxou até uma mesa que havia sido posta rapidamente pelos serviçais. Era um banquete muito variado, com pães, queijos e leite. Fiquei olhando para tudo aquilo e minha fome só aumentando, já que aquele pão seco que a "mais humana" me deu não era muito grande. Ele viu que eu estava receoso demais para começar a comer, então disse:
          - Manducare potest...
          Não havia entendido muito bem, mas seu movimento com as mãos denunciaram que ele disse que poderia ir em frente, então, devorei praticamente tudo em minutos. Ele começou a falar com a "mais humana", na língua deles, que me era muito familiar, mas não era compreensível. Os dois conversaram muito, mas com falas rápidas e curtas. Ao terminar o diálogo, aquele ser me fitou e por dentro dos buracos profundos dos olhos da máscara, vi os seus se comprimirem, uma feição de agrado. Então, ele e seus servos saíram e me deixaram naquele quarto abafado junto com a "mais humana". Um silêncio tomou conta da saleta. Eu estava sentado na mesa ainda, brincando com as migalhas de pão. Ela estava em uma canto, de braços cruzados e os cabelos sobre a face pálida.
          - Rarana. - disse ela, quebrando o silêncio.
          Olhei pra bem pra ela. O que ela tinha falado? Seria mais uma palavra daquela língua estranha?
          - Meu nome é Rarana.
          Era um nome bem diferente, mas soava como música, e era perfeito para ela.
          - O meu é Flávio.
          - Eu sei.
          Novamente o silêncio.
          - O que ele, o mascarado, disse pra você? - Perguntei, depois de um tempo.
          - Pra que você quer saber?
          - Porque estou preso aqui, e sei que tem haver com o que ele te disse.
          - É justo. - disse, depois de refletir. - É até melhor te contar agora, pois poderemos começar com as aulas.
          - Aulas?
          - É uma longa história.
          " Nós viemos do futuro, mais precisamente do ano 2194. O mundo não está nem um pouco parecido com o que você vive hoje. Em 2059, depois de longos conflitos políticos entre os E.U.A., com a ajuda da Europa, e o Oriente Médio, aliados a China e a Rússia, foi iniciada uma guerra nuclear terrível, que causou muitos danos. Muitas vidas foram perdidas e o grande acúmulo de materiais tóxicos na atmosfera fez com que a fraca camada de ozônio fosse extinta. As doenças, os vírus galácticos e as fortes tempestades solares, além da radiação altíssima dizimaram bilhões de pessoas.
         Depois de muitas mortes, o número de humanos foi cada vez diminuindo mais e mais, até ficar por volta de apenas um milhão de pessoas. Quando não havia mais o que fazer, as autoridades decidiram parar com os conflitos, mas já era tarde demais. Então, elas resolveram construir uma megacidade na amazônia brasileira, que não foi afetada pela guerra, pra agrupar os habitantes que restaram. Essa megacidade, chamada de Tegmine, previa montar uma população homogênea, com a mesma língua e a mesma ideologia. Essa nova nação moraria nas casas que foram construídas sem danificar a floresta. A cidade, quando ficou pronta, recebeu uma cobertura de acrílico temperado e filmado, que protegeria seus habitantes.
          Para essa nova população foi ensinado o latim como língua oficial, para que não houvesse diferenças. As pessoas que foram afetadas pela radiação e pelos vírus galácticos, os immaculata, foi feita uma nova cidade, Sordida, ao lado de Tegmine. As duas cidades são separadas por um forte portão de cobre, para não gerar contágio.
          O mascarado que te raptou se chama, segundo ele, Rebellem. Ele era um immaculata, que conseguiu fugir da cidade de Sordida e se hospedou clandestinamente em Tegmine. Mas, ainda segundo ele, não tem mais nenhum tipo de contaminação. Rebellem não se conforma com a maneira que o nosso mundo está sendo ministrado, diz que é uma maneira de alienação, de segregação, de controle absoluto por parte dos governantes. Por isso, montou uma organização de rebeldes, os Captiosus, para tentar dar um golpe de estado em Tegmine, e criar uma nova forma de governo, mais democrática e humana.
          Você, Flávio, é a nossa peça principal para dar início ao golpe. O prefeito da Tegmine, ou melhor, o Maiori Lacobus, é um descendente seu e, por incrível que possa parecer, tem as mesmas feições que a sua. Vocês dois são parecidíssimos. O plano é fazer de você um tegminiano nato, fluente em latim e com as mesmas características e traços de seu progênito. Rebellem me deu a responsabilidade de lhe dar as aulas, pois sou a única do grupo que fala a língua portuguesa, pois meus avós eram brasileiros. Mas, o verdadeiro plano dele, eu ainda não sei qual é. Talvez ele faça uma troca entre você e Maiori Lacobus."
          Não sabia que reação ter. Parecia estar dentro de um daqueles sonhos mirabolantes. Olhava pra Rarana, mas não sei se a via. Tudo girava ao meu redor, meus olhos estavam fora de órbita. Então, senti o vômito subir pela garganta e coloquei tudo pra fora. Depois, desmaiei.


sábado, 29 de setembro de 2012

Numeração das Artes




Você já deve ter ouvido por aí a expressão "sétima arte" para designar o cinema. Mas você sabe quais são as outras seis? Será que existem a 8ª e a 9ª?
A numeração das artes é um hábito que estabelece números para fixar determinadas manifestações artísticas. O termo "sétima arte" foi estabelecido por Ricciotto Canudo no "Manifesto das Sete Artes", em 1912.
Mais tarde, propuseram outras formas de arte, umas mais ou menos consensuais, outras que foram prontamente aceitas como a casa da 9ª arte, que hoje em dia é uma expressão utilizada para designar a "Banda Desenhada".


  • Numeração das Artes
Atualmente, esta é a numeração das artes mais consensual, sendo porém apenas indicativa, onde cada arte é caracterizada pelos elementos básicos que formatam a sua linguagem e foram classificadas assim:



1ª Arte: Música (som)


2ª Arte: Dança/Coreografia (movimento)


3ª Arte: Pintura (Cor)

4ª Arte: Escultura (volume)

5ª Arte: Teatro (representação)

6ª Arte: Literatura (palavra)


7ª Cinema (integra os elementos das artes anteriores mais a 8ª e no cinema de animação a 9ª)



Outras formas expressivas também consideradas artes foram adicionadas depois a numeração proposta pelo manifesto:



8ª Arte: Fotografia (imagem)

9ª Arte: Banda Desenhada (cor, palavra, imagem/quadrinhos e HQs)



10ª Arte: Jogos de Computador e de Video (alguns jogos integram elementos de todas as artes anteriores somado a 11ª, porém no mínimo, ele integra as 1ª, 3ª, 4ª, 6ª, 9ª arte somadas a 11ª desde a 3ª Geração de Videogames)


11ª Arte: Arte Digital (integra artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e programação)




Curioso, não é?
Essa numeração é mais uma forma de tentar colocar ordem nas coisas, transformando-as em numerais. Afinal, a arte é subjetiva, pois cada um vê a arte onde quiser. Conceito de estética e feio/belo, blá blá blá.
Mas eu sei que arte é bom pra todos, independente de número ou gosto. Ela traz mais cultura e beleza nas nossas vidas.
Então, #fikadika!

domingo, 23 de setembro de 2012

Captiosus - A Mais Humana




          Despertei depois de ouvir um barulho. Estava em uma sala abafada, com uma lâmpada que emitia uma luz forte e âmbar. Ouvia vozes em toda parte, vozes agitadas. Por isso, decidi me manter imóvel como que ainda desmaiado. Cerrei bem os olhos, de uma forma que desse para ver o que estava acontecendo. 
         Vi pessoas estranhas. Usavam capas pretas com capuzes, mas todos estavam sem o capuz colocado sobre a cabeça. Muitos tinham pouco cabelo, as vezes nenhum, até mesmo as mulheres. Eram extremamente pálidos e tinham um colar com um pingente de aranha pendendo no pescoço (o mesmo colar daquele ser que me sequestrou). Eles falavam rápido demais, em uma língua muito familiar, mas desconhecida. Fiquei muito receoso, afinal, quem eram aquelas pessoas? Eram realmente pessoas?
          Eles falavam rápido, mas cada um respeitava o espaço do outro. Pareciam uma organização secreta. De repente, todos se voltaram para mim, e ficaram me fitando. Estava muito calor e o suor da tensão foi redobrado, chegava a pingar. Uma deles, a mais "humana", chegou perto e começou a me observar. Abri os olhos lentamente, até deixá-los abertos por completo. Ela me olhou espantada, fez uma expressão de bronca. Então, fechei os olhos novamente. Senti que seu corpo se virou e ouvi ela dizer alto:
          - Adhuc dormit...
          Não entendi o que ela tinha dito, mas devia ter sido algo com o sentido de "dormir", por isso continuei  em posição de sono. Depois disso, eles continuaram conversando. Quando me senti seguro, cerrei os olhos  novamente e vi o ser de máscara, muito próximo. Aquela máscara era muito real, parecia ser viva. Senti medo. Após muito tempo, comecei a sentir fome e sede, minhas entranhas fizeram um ruído alto e estrondoso. Todos olharam pra mim, o mascarado então disse algo, e todos saíram por uma porta. Apenas a moça mais humana ficou ali na saleta quente, deve ter ficado para me vigiar.
         Quando estávamos apenas eu e ela, senti segurança para abrir os olhos novamente. Ela, rapidamente veio e tirou do bolso de sua manta um pedaço de pão. Comi vorazmente aquele pequeno pão que tinha seu sabor.
          - Quem são vocês? - disse-lhe. - E o que querem de mim?
         - Somos pessoas que precisamos de sua ajuda! - respondeu, depois de dar uma olhada em volta, com uma voz extremamente rápida.
          Olhei bem para o rosto dela. Tinha os olhos azuis como água. Olhos maravilhosos. Cabelo curto.
          - Mas que tipo de ajuda?
          - No tempo, saberá...
          - Mas, quem são vocês?
          - Já disse, pessoas que precisam de sua ajuda!
         Desisti de fazer essa pergunta de novo. Fiquei realmente decepcionado e acho que ela percebera, pois logo emendou:
          - Viemos de longe, muito longe. Nós viemos do...
         Antes que pudesse terminar frase, a sala foi invadida por vários daqueles seres. O mascarado, que notei que era o líder, olhou para mim e veio como um vento forte em minha direção.
          - Ipse evigilasse! Vetus vigilasse!


domingo, 16 de setembro de 2012

Sessão de Publicidade - Setembro: O Futebol na Publicidade






Já faz tempo que ver jogadores de futebol em campanhas publicitárias não é novidade, mas ultimamente isso está ainda mais evidente. Seja em uma campanha de produto de beleza, de automóvel, de produtos eletrônicos, eles estão lá, marcando presença.
Por mais efêmera que seja a carreira e a visibilidade desses atletas, com exceção é claro dos mitos, como Pelé, os publicitários e os pesquisadores de mercado sempre chegam a conclusão de que eles são ótimas apostas para o sucesso de uma peça e eventualmente do produto anunciado.
Essa invasão futebolística não é pelo padrão estético desses jogadores, ou seja, seu físico, mas sim, pelo nome e pelo prestígio alcançados nos campos e na mídia (isso fica bem claro quando pensamos nos casos de Neymar, Ganso e Ronaldo). Com isenção daqueles que além de credibilidade no futebol, são também  modelos de beleza (como Kaká,  Beckham e Cristiano Ronaldo).
Além disso, a recente descoberta do público masculino pela publicidade, a necessidade de se representar diversos tipos de homens na publicidade e o papel do homem na sociedade fez com que os atletas desse esporte tão popular e com ótimo alcance de público dominasse o mundo da propaganda.
Apenas aqueles que estão ou são considerados os melhores, conseguem espaço nesse mercado de patrocinadores, assim como também acontece nos próprios times. Afinal, nenhuma empresa em sã consciência colocaria um jogador desconhecido ou que esteja em uma má fase para divulgar seu produto.
Essa junção desses dois mundos envolve muita, mais muita grana mesmo. Só para efeito de comparação, eis a lista dos 10 jogadores de futebol mais bem pagos da atualidade, feita pela revista AFP, feita em julho, após a saída de Drogba do Chelsea e a ida de Ibrahimovic para o Paris Saint-Germain.


1. Samuel Eto'o  (Anzhi Makhachkala - Daguestão)
20,3 milhões de euros


2. Zlatan Ibrahimovic (Paris Saint-Germain - França)
15 milhões de euros


3.Wayne Rooney (Manchester United - Inglaterra)
13,2 milhões



4. Cristiano Ronaldo (Real Madrid - Espanha)
13 milhões





5. Didier Drogba (Shangai Shenua - China)
12 milhões de euros

6. Seidou Keita (Dalian Aerbin - China)
12 milhões


7. Sergio Arguero (Manchester City - Inglaterra)
11,8 milhões


8. Nicolas Anelka ( Shangai Shenua - China)
11,5 milhões


9. Yayá Touré (Manchester City - Inglaterra)
11,1 milhões


10. Lionel Messi (Barcelona - Espanha)
11 milhões


Diz se não é muita grana! Praticamente todos esses jogadores tem contratos com diversas marcas, não só esportivas, mas em diversas outras áreas que nada a ver tem com o futebol. Só o Neymar, ganha aproximadamente R$ 33 milhões, isso no Brasil, onde os times não tem tanto dinheiro quanto os times do exterior. E muitos deles não são modelos de beleza, e sim, considerados os melhores.
Agora, vou colocar algumas demonstrações de algumas campanhas estreladas por jogadores de futebol.







Para finalizar, um famoso ex-jogador, muito bom durante sua carreira, agora depois de "aposentado" decidiu trocar de ramo. Pra que ramo? Publicidade, é claro. Sim, estou falando de Ronaldo. Ele agora tem uma agência de publicidade, a 9ine, que cuida da imagem de diversos famosos, a maioria atletas, como Neymar e Anderson Silva, e também Luan Santana. Ou seja, os que estão em alta no mercado. Esperto, não?



domingo, 9 de setembro de 2012

As Vozes Idênticas Na Música




Há um tempo, tenho percebido que alguns cantores ou vocalistas de bandas tem algo em comum, de muito comum, a voz idêntica. Ás vezes, até me confundo um pouco quando ouço a música. Por isso, quis fazer um post pra comentar algumas vozes da indústria musical que são parecidas.


  •  Patrick Stump (Fall Out Boy) x Brendon Urie (Panic! At The Disco)
Descobri essa semelhança faz um tempo. Quem conhece as músicas e as bandas, vai saber distinguir quem é  quem, mas veja nesse vídeo a comparação.



  • Brandon Flowers (The Killers) x Bono Vox (U2)
Na mais recente música do The Killers, Runaways, senti que a voz de Brandon estava parecidíssima coma do Bono Vox. As músicas escolhidas para efeito de comparação ajudam muito, pois também são parecidas ao meu ver. Veja a comparação.


  • Cazuza x Teco Martins (Rancore)
Me perdoem os fãs de Cazuza, que nesse momento devem estar irritadíssimos com a comparação, mas pra mim, é inevitável. Quando fui no show do Rancore, antes mesmo deles fazerem o sucesso que fazem hoje, já tinha notado a semelhança não das vozes, mas sim a maneira de cantar. Até porque Cazuza tinha a língua solta e com sotaque carioca. Veja e compare.



  • Lucas Silveira (Fresno) x  Matthew Bellamy (Muse)
Eu creio que o Lucas deve ter se inspirado bastante na banda Muse para compôr os elementos da banda Fresno. Aproveitando é claro, das vozes semelhantes. Veja e compare.




  • Eddie Vedder (Pearl Jam) x Scott Stapp (Creed)
Quando o Pearl Jam surgiu no início dos anos, várias outras bandas de rock se inspiraram e começaram suas carreiras, entre elas, o Creed. A voz do vocalista Scott Stapp foi evidentemente comparado ao do vocalista da Pearl Jam, Eddie Vedder. Compare.



Essas são algumas das vozes gêmeas do mundo musical. É engraçado e curioso quando isso acontece. Existem muitas outras vozes por aí que são bem idênticas, como a maioria dos cantores de sertanejo e forró que tentam imitar a voz do Zezé di Camargo, mas isso é algo que devemos deixar de lado. E aí, percebeu alguma semelhança ou isso é coisa da minha estranha mente? Comenta aí!


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dica Musical - M83






Faz tempo que não dou uma dica de banda, não é? Deixei esse esquecimento de lado e fui procurar algo novo pra ouvir. Assisti um dia desses um programa na MTV que se chama Goo MTV, que mostra algumas novidades do Brasil e do mundo, então, eis que passou um clipe de criancinhas super-poderosas, com uma música super-legal. O nome da banda: M83.
Esse grupo francês se formou em 2001, mas não bombou muito. O nome da banda refere-se a Galáxia M83. Existem muitos gêneros que definem a banda, entre eles Indieletronica, Rock eletronico, Shoegazing (marcado pela utilização de instrumentos altos e letras suavemente cantadas, que também é um dos gêneros da banda The Naked and Famous, que aliás também é muito boa, fica a dica).
O mais recente álbum deles, intitulado "Hurry Up,  we're Dreaming", fez com que a banda entrasse em várias paradas mundo a fora. O primeiro single, Midnight City, que curiosamente é a música do clipe das criancinhas super-poderosas dito no começo do post, se tornou um sucesso, arrecadando milhões de visualizações no Youtube.
Veja aí os dois clipes das criancinhas que juntos formam uma historinha:


Midnight City


Reunion


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Captiosus - O Ser da Névoa





          Meu nome é Flávio. Tenho atualmente 32 anos e vivo na cidade de São Paulo. Poderia ser um homem comum, um simples paulistano, mas infelizmente não sou. Há alguns anos atrás, aconteceu-me um fato, um não, vários fatos, que me perturbam até os dias de hoje. Tentei guardá-los para mim, mas depois de refletir muito, decidi que seria melhor contá-los, para quem sabe tentar... Enfim.
          Esses relatos aconteceram á exatamente três anos, dois meses e vinte e um dias. No mesmo mês em que uma atriz famosa se suicidou, em que um presidente de um país da Ásia foi eleito, em que houve grandes catástrofes naturais no Caribe. Para mim, seria apenas mais um mês, um mês normal de trabalho.
          Era uma quinta-feira. Tudo parecia estar bem, mas só parecia. Andar sozinho nas ruas úmidas, em plena meia-noite, não era uma boa ideia. Justamente, não foi. As orelhas congelavam, a coriza era incessante, a fumaça que saia da boca era densa. As luzes postes de iluminação rasgavam o nevoeiro, causavam mantos luminosos em algumas partes e, infelizmente, não alcançava outras. Os cabelos arrepiados pela umidade, as bochechas duras. Era como eu me sentia naquela noite.
         Andava tão rápido que parecia flutuar, se não o fiz. Os pés dolorosos naqueles sapatos que encolheram com o frio. As mãos frenéticas dentro dos bolsos da blusa, remexendo os papéis de balas que guardava para jogar fora depois. A boca sussurrando as músicas que passavam nos fones de ouvido que causavam zumbidos quando tinha alguma rajada de vento.
         Não havia ninguém nas ruas, nem nas calçadas. Carro nenhum passava. As luzes dos prédios e das casas se apagavam uma a uma. Naquele momento, senti o que era realmente estar sozinho.
De repente, um vento tão violento veio de encontro a mim, me fazendo fechar os olhos e derrubando meus fones, pelas pálpebras, vi um raio de luz forte, como um relâmpago. O som que ele causava era amedrontador. A névoa ficara como louca, mas para minha irritação, não se dissipava. Até que, o vento parou. Mas, quando ele se foi, uma enorme brisa quente tomou conta do meu redor. O chão ainda estava brilhoso e a neblina ainda estava lá, mas aquele calor me fez abrir um pouco do zíper da blusa e fez brotar alguns pontos de suor em minha cabeça.
          Achava aquilo muito estranho, afinal, era uma fria noite de inverno, na entrada da madrugada. Era impossível uma calor daquele no momento, ainda mais com a presença de névoa e a fumaça que ainda saia da minha boca, tão quente quanto o ar que me envolvia.
          Até que senti algo me puxar a perna, o que me fez cair na rua molhada. O calor estava infernal. Ainda no chão, tirei a blusa, antes que torrasse. Com ela, fiz um movimento para que me abanasse, dissipando um pouco da névoa que estava ao meu redor, e revelando aquele terrível rosto branco, com vestes negras e com um colar em que o pingente era uma enorme aranha dourada.
          Esse ser que aparecera como um fantasma na minha frente, me puxou para cima, em um movimento absurdamente rápido, que me causou uma pequena tontura. Olhava para ele espantado, sua pele era tão plástica e moldurada, seu sorriso era imóvel. Fitei bem seus olhos, cor de grafite. Mas, eles pareciam estar muito profundos, como se estivessem dentro de um buraco aberto. Então, percebi que ele usava uma máscara. Depois disso, apaguei.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sessão de Publicidade - Agosto




Como disse, todo mês irei fazer um post especialmente falando de publicidade.
Nesse mês de agosto, o mundo inteiro respirou e falou dos Jogos Olímpicos de Londres. Agora que eles acabaram, os olhos de todos irão se voltar para a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro, que como vocês sabem será a próxima sede dos jogos.
Para aproveitar esse momento onde o espírito do esporte ainda vaga nas mentes das pessoas, a Prefeitura do Rio fez um filme com a produção da Pindorama Filmes e criado pela Prole no qual vários pessoas, dentre elas famosas, representam deuses do Olimpo que chegam a cidade.
A trilha sonora é uma mistura de samba e bossa nova, é claro, feita por Arlindo cruz e cantada por muitos outros artistas. Se chama "Os Grandes Deuses do Olimpo Visitam o Rio de Janeiro" e será a música-tema.

Agora, o momento crítico:
Confesso que, se não estivesse na descrição da letra da música e fixo no próprio vídeo, jamais descobriria ou entenderia que essas personalidades são deuses do Olimpo, afinal, não há nada que diga isso explicitamente no filme. Quando comecei a assistir o vídeo, esperava que houvesse algum efeito especial, ou algum figurino, ou até mesmo os nomes dos deuses, que denunciasse quem os artistas representam. Só compreendi que a Regina Casé faz o papel de Artemis porque a música disse, fora essa, não deu pra identificar mais nenhum deus grego.
Apesar disso, o clipe mostra bem a cidade como é e não foge dos clichês que sempre é falar do Rio: samba e as paisagens exuberantes. Portanto, creio eu que os Jogos Olímpicos irão representar nada mais do que um reforço desse clichê. Espero que não, pois os Jogos Olímpicos não são só da cidade, mas também do Brasil, que tem muito mais que apenas isso pra mostrar. Além disso, deviam também explorar o fato de que as Olimpíadas são realizadas pela primeira vez na América do Sul, mas acho isso muito improvável e até, dependendo das circunstâncias, dispensável.
Além de que, devo confessar também, que na minha humilde opinião será impossível bater o Reino Unido no quesito musical, afinal, The Beatles, Pink Floid e David Bowie não é pouca coisa, além de que prefiro o bom e velho rock do que o samba. Mas esse é meu gosto e minha opinião.
Olha que isso não é um discurso de um paulista invejoso não, muito pelo contrário, pois estou muito feliz pelo Rio ter essa oportunidade e tenho muita vontade de conhecer a cidade, só acho que não deveriam desperdiçar a chance de quebrar clichês e mostrar que tem mais. Além disso, é uma análise do filme, e não da cidade.
Bom, vejam o vídeo e tirem suas próprias conclusões.




A coisa boa dessa história toda é que o cachê dos envolvidos será doado para a ONG Ação Social pela Música.
O videoclipe foi dirigido pelo sócio da Pindorama Filmes, Estevão Ciavatta.