quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Caos Sou Eu - Capítulo II




Capítulo II
Mudança

          Muitos dizem que mudanças são bem-vindas, porque trazem consigo novos rumos, novas expectativas. Que as coisas ruins ficam para trás. Não necessariamente. Até as pessoas mais otimistas falam essas palavras sem muita convicção. Afinal, mudanças são tiros no escuro. Ninguém sabe o que está por vir. Mudanças ocorrem na sombra da dúvida. Na época, também não previa. Pobre garoto.
          Mamãe conseguira depois de muito custo comprar as passagens de todos os filhos para São Paulo. No dia em que a viagem estava marcada, uma tempestade se abateu na pequena cidade. Fontes confirmam que foi uma das piores catástrofes naturais que a região enfrentou na história, mesmo o cálculo sendo feito somente a partir dos anos 1950. O tipo de notícia sensacionalistas que jornalistas desocupados adoram.
          Nossas poucas coisas estavam amontoadas na frente da nossa casa, esperando nosso vizinho que morava mais perto (dois quilômetros) viesse buscar e levar para a rodoviária. Com os ventos e a chuva, roupas, panelas, cobertas e outros utensílios, todos muito simples, se espalharam pelo terreno lamoso. Minha mãe assistia aquilo pela fresta da janela quebrada. Nunca a partir daquele momento vi tanta dor estampado no rosto de uma pessoa. A pouca luz cinza que vinha de fora iluminava seu rosto branco, que ficava cada vez mais úmido por conta das gotas que adentravam o buraco, se misturando com as lágrimas. Suas mãos revezavam em tapar a boca para esconder os soluços, afagar os filhos assustados com os trovões e secar o rosto e os fios de cabelos que teimavam em saltar do lenço que ela mantinha na cabeça. Foi uma imagem que nunca mais sairia da minha mente.
          Faltavam poucas horas para o ônibus partir e mamãe ficava cada vez mais angustiada. Consequentemente, a gente também ficamos. O som dos trovões ecoavam pela casa vazia, além das inúmeras goteiras e choro de criança. De repente, uma buzina assustou a todos, era nosso vizinho que mesmo com a tempestade, veio nos ajudar. Mamãe pegou algumas sacolas vazias que ainda estavam na casa e distribuiu entre os filhos.
          - Tomem. - disse ela, com a voz cortando. - Vamos correr o mais rápido que puder e pegar as coisas do quintal. Vai ser como um jogo, quem conseguir encher a sacola mais rápido vai entrando no carro, até terminar de pegar tudo!
           Ela disse aquilo tentando passar um tranquilidade, mesmo quando ela mesma não estava. Então, cada um de nós pegou uma sacola e nos preparamos para o desafio. Quando começamos, na minha mente, aquilo era uma brincadeira de criança. Corríamos de um lado para outro, nos encharcando e rindo à beça. Pegávamos as roupas lamaçadas e sujas e colocávamos nas sacolas, sem nenhum cuidado. Todos queriam vencer e pegar um bom lugar no carro, de preferência na janela. Mamãe e o vizinho apanhavam as coisas mais pesadas e as colocavam no porta-malas. Foi assim até que todos pegassem tudo. O último a conseguir entrar no carro fui eu, claro.Era uma kombi branca, já muito usada, porém de grande utilidade. O cheiro de roupa molhada, suor e terra tomou conta do veículo, mas isso não nos importava. Estávamos muito animados com a mudança, ir para a cidade grande, conhecer gente nova, isso nos deixava excitados.
        Chegamos na rodoviária faltando dois minutos para o ônibus partir. O motorista era gordo e extremamente mal-humorado, o que fez com que colocássemos nossas bagagens sem organização. Entramos no veículo, que estava cheio de pessoas. Olhando para elas, via rostos cansados, tristes, mas muito esperançosos na vida nova que estava por vir. Como éramos em nove e mamãe havia comprado três pares de poltronas, tivemos que nos dividir em grupos de três. Um grande, um médio e um pequeno. Minha mãe, por sua vez, teve que ir com o caçula no colo. Assim, partimos.
            Fiquei na poltrona em frente a de minha mãe, e de tempos em tempos, me virava para falar com ela. Só para garantir que ela estava lá, que não iria nos abandonar. Isso era pensamento infantil, mas hoje sei que ela jamais seria capaz de fazer isso. Em uma dessas viradas, deparei com ela dormindo. Seu lenço ainda estava úmido, e seus cabelos rebeldes estavam ainda mais aparentes. Seu rosto era marcado pelo tempo, pelo cansaço da vida interiorana e da materna. Mesmo assim, dentre todas as pessoas naquele ônibus, era sem dúvidas o que mais irradiava esperança. Uma pequena gota de lágrima repousava em seu olho direito, não sabia se era de felicidade ou de tristeza.
             A viagem durou um dia a mais que o previsto, por conta da chuva, o que fez o ônibus atolar e parar diversas vezes. Por isso, no último dia de viagem, tivemos que racionar o pouquíssimo alimento que havia sobrado. Não sentei ao lado da janela, pois minha irmã mais velha tinha tomado conta do lugar com seu enorme corpo (o que me fazia refletir, afinal tínhamos o suficiente para comer, mas não tanto para ficar daquele tamanho). Porém, isso não me impedia de ficar observando a paisagem passando rápida pelas janelas. Ficava horas apenas observando, quando não era interrompido pela grande figura da minha irmã que se projetava pra frente buscando acomodar melhor sua abundância.
            Parecia que estava chovendo por todo o país, pois em nenhum instante a chuva cessou, nem mesmo quando chegamos em São Paulo, numa noite. A chegada aliás, que nunca esquecerei. Era fim de ano, então as luzinhas de natal contrastavam com as inúmeras outras luzes dos prédios e das ruas. Tudo era grandioso, exagerado, deslumbrante. As ruas estavam encharcadas, as pessoas andavam depressa, e as que andavam devagar levavam uma garrafa de bebida na mão. Além disso, ouvia-se diversas músicas. Ficamos alguns minutos andando pela cidade até chegarmos na rodoviária do Tietê. Descemos, pegamos nossas bagagens molhadas e mal cheirosas e fomos para um local onde haviam bancos. Minha mãe olhava perdida para o lugar, mas ela aconchegou os filhos ali mesmo e os fez dormir, esperando o dia amanhecer para decidir o que fazer.
           


domingo, 16 de novembro de 2014

Um Olhar Sobre Interestelar





Há mais de um ano, fiz um post especial comentando a minha visão sobre um dos cineastas mais falados dos últimos tempos, Christopher Nolan . Sua filmografia é composta por obras que conseguiram o grande feito de agradar tanto a crítica quanto o público. Por isso, seus filmes vão bem na bilheteria e nas premiações.

A cerca de dois anos, soube que Nolan estava iniciando um projeto que envolvia viagens no espaço, no tempo e realidades alternativas. Já tinha assistido grande parte de seus filmes na época, e ali percebi o quanto o diretor saberia interligar essas realidades de forma crível e ao mesmo tempo enigmáticas, além de prever cenas grandiosas e que exigiriam muita atenção. 


Tudo isso me deixou muito excitado, pois sou muito fã de tudo que envolve o universo e seus mistérios. Digo que, se não fosse publicitário, seria astronauta.
O tempo foi passando e foi sendo anunciados elenco, artes e teasers. O primeiro, diga-se de passagem, me deixou apreensivo. 




Naquele momento, havia percebido que o filme teria um aspecto mais emocional, algo que não vimos muito nos últimos filmes de Christopher Nolan. E quando tinha, não era lá aquelas coisas. Lembrem-se da parte um tanto quanto "constrangedora" de The Dark Knight Rises, quando tudo começa a se revelar em cenas estranhas e momentos mais emocionais (como a morte de Marion Cotillard) não foram muito convincentes. 




Mesmo assim, resolvi confiar em seu trabalho e dei uma chance. Afinal, como você pode ver, somente com o teaser ele conseguiu nos deixar curioso e instigado.


Assim, os trailers, fotos e posters começaram uma ser divulgados.




Quinta passada, dia 06, foi lançado, com muito sucesso entre o público. Minha curiosidade só aumentava, e as críticas foram aparecendo. Confesso que fiquei um pouco decepcionado, pois uns diziam ser o melhor filme já feito, enquanto outros diziam ser muito ambicioso e pouco atrativo. Mas, como sempre faço, esperei ver para tomar minha decisão.


Fui assistir nesse sábado numa sala que dispunha de uma nova tecnologia, a D-BOX, em que as poltronas vibram e se movimentam conforme a cena, ajudando na imersão. Essa ideia dá certo em algumas partes, principalmente naquelas com mais ação. Mas em outras fica evidente que foi feita só pra se mostrar presente (por exemplo, toda cena que envolve a movimentação de um carro a poltrona se mexe conforme as ações do veículo, até mesmo em um simples ato de estacionar).


Inicialmente, somos levados a um futuro não informado, mas próximo, onde as condições de sobrevivência estão precárias. Pragas devastaram grande parte da comida (só se come milho) e tempestades de poeira são frequentes. Nesse aspecto, a ambientação se torna bastante eficiente, pois vemos a poeira presente em todos os momentos, seja nos rastros das mãos sobre a mesa, seja na fina cortina que permeia toda o primeiro ato. Além disso, as pessoas estão sempre com ares de sujeira, a suor. A humanidade está se tornando agricultora novamente, não por opção, mas por necessidade.





A maioria das críticas negativas sobre o filme fala sobre o excesso de explicação, que é uma mania de Nolan. Realmente, em algumas cenas isso é perceptível, mas não é algo que incomode. Pelo menos não para mim.

Depois de desvendar os casos misteriosos que aconteciam em sua casa, Cooper (Matthew Mcconaughey, ótimo) descobre uma missão da agora clandestina NASA e é convidado a ajudar a salvar a humanidade por meio de uma exploração envolvendo "buraco de minhoca" e tempo, relatividade e afins. Para quem é fã de ficção científica, vai ter muita identificação com o filme e quem é fã de drama, e até de comédia porque não, também.

A obra nos enche os olhos com imagens fascinantes, seja no espaço ou na empoeirada Terra. Christopher Nolan criou uma maneira de tornar coisas que não são perceptíveis, como a gravidade e os buracos negros, visíveis. E a técnica é peculiar e extremamente comprável, além de te deixar maravilhado. A forma como o cineasta consegue transpor essas coisas em imagens é brilhante, como podemos ver não só nesse filme, mas também em A Origem e em O Grande Truque, outras de suas obras.



A trilha-sonora de Hans Zimmer, ao contrário do estrondoso A Origem e da dinâmica trilogia de Batman, aqui é mais calma, aflita muitas vezes, introspectiva em outras.

O elenco de atores é ótimo. Eles conseguem nos passar verossimilhança nos momentos mais explicativos e nos mais sentimentais. Jessica Chanstain, Anne Hathaway, Mackenzie Foy (incrível) e o próprio Matthew merecem notoriedade. O roteiro, como em todos os filmes dos irmãos Nolan, são obras por si só. Bem escritos e bastante originais, conseguem trazer realismo e ao mesmo tempo nos transporta para ideias mirabolantes.

Interestelar é mais que uma ficção científica. Ela nos faz pensar na esperança na humanidade e como essa esperança muitas vezes pode ser corrompida pelo próprio ser humano. Nele podemos perceber que o homem é um ser falho e ambicioso, mas ao mesmo tempo emocional e que se deixa levar pelo sentimento, seja ele bom ou ruim.

Quanto ao trabalho de Nolan, nada a declarar. Minhas expectativas com o filme foram superadas e cada vez me torno mais fã desse cineasta, que merece o reconhecimento que vem ganhando.

Agora, toda vez que olhar para o céu e suas estrelas, vou ter mais com que imaginar, mais com o que pensar.






terça-feira, 22 de julho de 2014

O Caos Sou Eu - Capítulo I





Capítulo I
Carma

          Devo já alertar que essa será uma leitura um tanto quanto perigosa caro leitor. Tenho o triste carma de levar o caos para a vida das pessoas e principalmente, para a minha. Por isso, me responsabilizo nesse instante por qualquer evento que você possivelmente sofrerá num futuro pouco distante.
          Meu nome é Maurício. Para começar, esse é um nome que já me trouxe para o caos desde muito novo. Do primário ao meu mais novo último emprego, nunca me chamavam pelo nome correto. Era Patrício, Fabrício, Felício, Marcos. Sim, Marcos. Essa mesma pergunta que você se fez agora ronda a minha cabeça por décadas, por quê diabos Marcos? Mas, conforme o tempo passou, me acostumei. Até atendo na rua quando gritam por algum Marcos. Pode me chamar de agouro, de coisa ruim. Não me importo, sei que sou.
           O caos está em toda a parte, a espreita, procurando um momento oportuno para tirar aquilo que mais precioso e escasso é nos dado, tempo e paciência. Porém, creio que ele deva ter guardado boa parte dessa essência desastrosa em mim, mesmo antes de nascer.
             O deus grego Caos, foi a primeira divindade a surgir. Ou seja, desde os primórdios, a confusão faz parte da nossa sociedade, do nosso cotidiano. Em alguns casos, esporadicamente. No meu, incessantemente.
          Nos anos 1960, quando nasci - prematuro - o país estava em pleno crescimento populacional, consequentemente, o leque de opções para nomes era imenso. Não na minha pequena cidade, é claro. Era a minha cidade. Meu primeiro dia de aula foi, como pode-se dizer, caótico.
          Naquela manhã ensolarada do interior, por um acaso, o galo que servia como despertador para a família resolveu morrer. Assim, todos acordamos já com o sol bem alto e quente. Pobre da minha mãe, que teve que correr para cuidar da multidão dos nove filhos. Eu era o do meio, se assim posso dizer, já que nove não tem metade. Era o quinto, para ser preciso. Curiosamente, meus quatro irmãos mais velhos estudavam na mesma turma. Dois em uma, dois em outra. Eu seria o primeiro a começar os estudos sozinho e via nesse fato uma coisa boa. Eles me levaram para o colégio e, contradizendo minha mãe, me largaram como uma presa na jaula dos leões.
            Quando cheguei na escola, atrasado, sentei na mesa mais afastada e quebrada da sala. Então, logo percebi que havia algo de muito inusitado e futuramente péssimo naquela turma. Tinha exatamente vinte crianças, dez meninas e dez meninos. Todas as meninas chamavam-se Maria e todos os meninos chamavam-se João. É claro que tinha as variantes Maria das Graças, Maria das Dores, Maria José, Maria Mariana, Maria Eduarda; assim como João Carlos, João Francisco, João Manoel, entre outros. E eu, Maurício. O único. O isolado. E, por um triste acaso, por causa da maldita ordem alfabética, o último da lista.
           A primeira chamada foi um completo caos. A professora, que após alguns meses sairia de licença médica para cuidar da garganta, tinha toda vez que gritar em meio a berros infantis o nome completo de cada aluno. O recreio, pelo menos para mim, foi um desastre. As crianças da minha turma logo se enturmaram por causa de uma pergunta: por quê você se chama Maria/João? Assim, o pobre Maurício não teve vez.
            Foi assim durante muito tempo. Namorei a Maria Rita, mas descobri que ela me traía com o João Paulo. Tínhamos dez anos, mas mesmo assim doeu da mesma maneira que doía as feridas das minhas inúmeras quedas de bicicleta.
             Nesse meio tempo, meu pai acabou falecendo atingido por um raio enquanto colhia laranjas. Pode parecer bastante sádico e irônico, mas isso me abalou profundamente na época. Isso porque algum tempo depois descobri que era dia de sua folga, mas ele preferiu trabalhar para ganhar dinheiro o suficiente para me dar uma bicicleta nova, pois a minha havia quebrado e meu aniversário estava próximo.
              Pela falta que papai fazia em casa, em todos os sentidos, minha mãe então decidiu que iríamos nos mudar para São Paulo a fim de mudar e melhorar nossas vidas.
               Creio que ela não poderia ter feito escolha pior. Se ela soubesse o que viria, certamente preferiria ter sofrido as penúrias da roça. Ela simplesmente levou o caos em pessoa para a cidade do caos.




             

sábado, 14 de junho de 2014

A Influência do Som e da Música na Publicidade







  • O Som e Seu Poder Cognitivo


          Digamos que você ficou estressado com seu cotidiano, decidiu largar tudo e fazer um retiro espiritual no Nepal, entre as montanhas do Himalaia. De repente, enquanto você medita, um som ecoa na cordilheira, quebrando o silêncio celestial e glacial e chega com o vento no seu ouvido. Esse é o som em questão:




          Não foi dito nenhuma palavra, mas você logo percebeu do que se tratava. Mesmo do outro lado do mundo, no meio de uma meditação profunda, o logo da Rede Globo brilhará em sua mente da mesma maneira como brilharia se você estivesse em frente em sua tela plana no meio da barulheira de São Paulo.

          Esse reconhecimento deve-se ao processo cognitivo, que é a forma como o cérebro adquire, processa e recaptura toda a informação que é adquirida através dos cinco sentidos. Você foi condicionado a pensar que esse "plim plim" nada mais é do que um símbolo sonoro da Rede Globo. Esse ruído foi criado em 1971 pelo diretor da emissora para fazer com que as famílias voltassem para a frente da TV entre os intervalos comerciais. Posteriormente, tornou-se marca registrada da empresa.

          Vamos para mais alguns exemplos de como o som pode ser imensamente trabalhado pelas empresas a fim de causar o mesmo reconhecimento.












  • A Busca pela Experiência Sensorial

          O sucesso de uma marca depende de como ela é percebida pelo consumidor. De acordo com o publicitário e psicólogo Sal Randazzo "o produto abrange um espaço físico, perceptível e tangível, enquanto que a marca está no sentido psicológico, intangível, dinâmico". 

          A marca precisaria tornar-se uma experiência sensorial que vai além do paradigma tradicional, que aborda principalmente o aspecto visual e auditivo. (...) deve criar seguidores nos moldes do compromisso obsessivo demonstrado por torcedores de um time ou, até em certos aspectos, da fé de uma comunidade religiosa. A conexão que surge é o adesivo social que vincula e une diversas gerações. (LINDSTROM, 2007, p. 17)

          A publicidade busca criar essas sensações e transmiti-la para a marca, dando mais sentimento a ela e fazendo com que se destaque perante ao consumidor. 
          A música em si traz consigo uma carga muito sentimental, pois ela evoca sentimento e isso é considerado uma ferramenta muito poderosa no meio publicitário.

  • Como o Som Influencia Diretamente nosso Corpo

          O som é uma forma de energia que se propaga através de ondas de compressão e descompressão do ar.
          As ondas sonoras chegam até o aparelho auditivo, fazem o tímpano vibrar que, por sua vez, faz os três ossos da orelha (martelo, bigorna e estribo) vibrarem; as vibrações são passadas para a cóclea, onde viram impulsos nervosos que são transmitidos ao cérebro pelo nervo auditivo.
          música  é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e ritmo seguindo uma pré-organização ao longo do tempo.
          Pesquisas revelam que dentre os elementos da música, a Harmonia é percebida (torna-se consciente), predominantemente, no Córtex Auditivo do hemisfério direito do cérebro. A Harmonia é a ciência de combinar sons tocados simultaneamente de uma forma que soem bem, pois assim nosso sistema nervoso os traduz como algo agradável.
          Ao mesmo tempo em que o Tálamo (núcleo do sistema nervoso central que recebe, processa e encaminha as informações vindas do ambiente) direciona estes impulsos nervosos, gerados pela harmonia, para o local de percepção auditiva, também os envia para serem processados no Córtex Pré-Frontal – camada cerebral mais externa no Lobo Frontal. O Lobo Frontal é a região do sistema nervoso central responsável pela razão, pelo raciocínio, pelo entendimento, por elaborar os pensamentos (mente), as decisões, ou seja, é a região intelectual do cérebro onde podemos analisar os conceitos adquiridos e decidir entre o certo e o errado.
          Quando uma fonte sonora envia ondas sem comprimento definido (freqüência indeterminada) nosso cérebro, indistintamente, traduz essa informação como ruído (barulho). Este tipo de som é compreendido como uma agressão e, por isso, nosso organismo se prepara para enfrentá-la na forma de uma reação de estresse. Os mecanismos utilizados para isso são tão potentes que, fisiologicamente, são utilizados durante uns poucos minutos apenas, caso contrário se tornam mais prejudiciais do que benéficos ao nosso corpo.

  • O Uso da Música na Publicidade

          Sabendo do poder que a música tem sobre as pessoas, a publicidade viu a oportunidade de ter mais um trunfo na manga para assim angariar mais consumidores para as empresas e fidelizá-los.
          Essa ferramenta não é uma coisa recente. Desde que começou-se a veicular vinhetas em rádio, da própria rádio porque não, o som e a música já surgiram como instrumentos publicitários.




          Existem aquelas marcas que também tem uma melodia própria. Muitas das empresas de telefonia móvel criaram toques para seus celulares.








  • Um Negócio Lucrativo Para Ambas as Partes

          Muitos dos grandes festivais de música no mundo atualmente tem uma enorme lista de patrocinadores. As empresas enxergam nesses festivais uma maneira de estar mais próximo ao público, justamente numa hora em que ele está alegre, feliz e em busca de experiências que vai levar para toda a vida.


          Tem aquele caso em que o artista tem a imagem veiculada com a marca. Isso é bom tanto para o artista, que traz visibilidade para seu trabalho e garante uma boa verba, quanto para a empresa, que acrescenta mais fãs para seu público-alvo e dá voz a sua marca.



          Esse mercado também é bastante interessante para músicos que vendem suas músicas para as empresas utilizarem.




          E aqueles que vendem os direitos autorais para que a empresa crie uma versão.


  • Conclusão
          O som e a música são dois aspectos que estão muito inerentes ao nosso cotidiano, nos influenciam muito e estão por toda a parte.
          A publicidade busca maneiras de estar perto do público, por isso vê na música uma forma de conquistar mais consumidores e de aumentar o leque sensorial que é proposto.
          Afinal, como já foi dito, o produto é algo tangível, sua embalagem e conteúdo estão lá, disponível nas gôndolas dos mercados. A marca já transcende, é algo psicológico, intangível. Assim como a música, e o som.



Fontes

http://www.academia.edu/4621870/Adverbands_a_musica_na_publicidade

http://musicaeadoracao.com.br/21650/como-a-musica-e-percebida-e-afeta-o-corpo/





domingo, 13 de abril de 2014

Ele, o Futuro



O futuro.
Cada linha de expressão que surgirá, estradas que nos levam ao passado, sumirão.
Cada frustração e momentos felizes que nos serão permitidos ou impostos sentir, será pura escolha.
Os valores que irão esvaecer e aqueles que irão aparecer, como gotas de tinta vermelha em um oceano branco, que impacta no começo, mas que aos poucos se misturam, tornando-se um homogêneo véu rosado.
Cada toque, no qual se abrirá um mundo em nossas mãos. Um quadro vivo.
Cada batida sintética. A música sintetizada. Artificial.
Os olhares escondidos por vidros dimensionais. A cada olhar, uma questão. Será que ela está olhando pra mim ou pra outro mundo? Ela me vê?
Fugas planejadas, conhecidas. Drogas permitidas.
Cada mão que, antes se davam, agora se movimentam automáticas e programadas.
Sonhos comprados. Realidade ofuscada.
Cada movimento simétrico, não saberemos mais o que é o imprevisto, o prazer de tentar.
Pensamentos complexos, difíceis, deixados para mentes que pensam melhor. Mentes evoluídas. Mentes essas que nossa mente criou.
Todo nosso esforço aprisionado num cartão de plástico, com uma tarja preta, que indica perigo, e que tapa nossos olhos.
Cada teoria prática. Cada mito verídico.
Veículos e meios cada vez mais independentes, nos deixando mais dependentes.
Comodidade comprada.
Felicidade comprada.
Havia no passado quem diria que dinheiro não traz felicidade. Nesse novo mundo, felicidade não traz dinheiro. O que realmente, no fim, importa.
Aprender com a dor não será mais possível. Cada remédio para cada dor. A dor do amor.
Cada família perdida. Cada indivíduo por si e cada sociedade por ele.
Cada história que será deturpada. Cada mentira que será venerada.
Instrumentos fazendo o que desde o princípio foi aprendido e encarregado a nós. Pra que? Foi nós que fizemos. Foi nosso esforço e essa será a nossa recompensa.
Cada notícia que será transmitida. Cada morte que essa transmissão causará. Insetos. Parasitas. Humanos.
Cada religião falida, um mundo novo. O mundo. Mundo. Planeta Terra. Homem.
Ideias como amor, união, se perderão. Afinal, tais sentimentos causam violência, traição, tristeza. Guerras.
Cada individuo estará em sua perfeita individualidade.
Todos por uma só ideologia. A de não tê-la.
Cada clássico que não será ensinado. Eles falam sobre amor. Consequentemente, sobre dor. Lembre-se, não existirá mais dor. Não existirá mais erros. Errar não é humano.
O cérebro será o novo coração.
Comunidade, identidade e estabilidade.
Ter sentimentos nos tornam instáveis. Perigo para esse novo mundo. O controle está no controle.
Cada humano carregará em si a prosperidade, a juventude, o vigor.
A morte será energia para os vivos. Eles não vão chorar mais.
A Utopia é o que você imaginou. Isso a um minuto atrás. Você vive nela, agora. E sempre.





*Texto escrito com auxílio da obra Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, de 1932.

sábado, 1 de março de 2014

Carnaval e Publicidade




Uma coisa é certa na televisão brasileira: começa o ano e começa os comerciais sobre carnaval. Muito do que é veiculado nessa época faz alguma conotação a essa festa popular. E o segredo está justamente aí: festa popular.
Por ser um momento onde todos os brasileiros são diretamente envolvidos, os publicitários logo vêem uma oportunidade de montar suas campanhas tendo como base o carnaval como tema. Digo diretamente porque todos os habitantes dessa terra varonil e festeira, por mais distância que tente alcançar, sempre vai ser estimulado por um meio que consuma. Está lá, no metrô, no jornal, nos aplicativos de celular, nos sites, na televisão, sempre estará lá.
A popularidade do carnaval fez com que as empresas enxergassem uma maneira de alcançar um grande público sem precisar empregar muito recurso de divulgação. Por intermédio de qualquer veículo, ela conseguirá obter o mínimo de alcance. Porém, geralmente não é isso que acontecesse. Elas investem pesado em campanhas que trazem celebridades conhecidas (muitas internacionais), efeitos, muito confete e figurantes, tudo o que for necessário para trazer a atenção para o que está sendo divulgado num ambiente bem disputado por peças que seguem a mesma linha.


Megan Foxx, atriz norte-americana, no comercial da Brahma
Ivete Sangalo, cantora brasileira, no comercial da Nova Schin


O carnaval está bastante ligado com a massa, principalmente as classes C e D, que são a maioria da população brasileira. Por isso, as empresas que tem como público esse grupo, utilizam essa época para investir em publicidade tendo como base os festejos do período.
Existem diversos fatores para esse fenômeno acontecer. O carnaval traz consigo as ideias de festa, alegria, fuga do cotidiano e da rotina. Ideias essas que as empresas sempre tentam passar em suas campanhas.
Além disso, a estratégia do patrocínio cresce vertiginosamente também no período. Ou seja, não tem como escapar. Querendo ou não, em qualquer momento do verão você vai ser impactado com uma campanha que se aproveita do carnaval.





Em 2014, um outro fator com apelo bastante popular juntou-se ao ingrediente carnavalesco: a Copa do Mundo. Ao juntar esses dois temas, as chances de alcançar um número maior de consumidores subiram muito. E claro que isso foi aproveitado.
Ao unir duas das maiores paixões e identidades brasileiras, o mundo publicitário viu a oportunidade única de trazer ainda mais público para as peças.




Com o fim do verão e do carnaval, nessas próximas semanas começaremos a ver campanhas menos alegres e coloridas decerto.
E você, o que acha dessa estratégia tão batida, mas tão segura e certeira, de utilizar o carnaval como tema de uma peça publicitária?


P.S.: Num momento em que todos falam de curtição, a Fiat veio com uma campanha que mostra o outro lado da moeda. Os riscos de beber e dirigir, da falta do uso de preservativos e os cuidados que devemos cuidar raramente são evidenciados. O que importa é a festa.





quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Filmes que Falam sobre Filmes




Recentemente estreou nos EUA "Saving Mr. Banks" (no Brasil, tristemente traduzido para Walt nos Bastidores de Mary Poppins*), que conta com um grande time de atores, como os vencedores do Oscar Emma Thompson, que você conhece como a doida professora de adivinhação Sybill Trelaweny, dos filmes de Harry Potter e como a Babá McPhee; e Tom Hanks, que dispensa apresentações.



Como o título brasileiro nos diz, o roteiro do filme conta-nos como foi os bastidores de um dos filmes mais queridos de todos os tempos: Mary Poppins. Durante quatorze anos, Walt Disney (Tom Hanks) tentou adquirir os direitos de Mary Poppins da escritora australiana P.L. Travers (Emma Thompson). Quando o acordo foi finalmente fechado e o filme foi terminado, a autora mostrou-se muito descontente com o o resultado final, especialmente no que diz respeito às cenas em animação.
O filme foi muito bem recebido pelos críticos e é um dos grandes favoritos ao Oscar 2014.

*Mary Poppins: é um filme norte-americano de 1964, do gênero fantasia musical, dirigido por Robert Stevenson, e com roteiro baseado nos livros de mesmo nome de P. L. Travers.


Sinopse: Em 1910, em Londres, o banqueiro Mr. Banks, um homem frio que trata com rigidez Jane e Michael, seus filhos sapecas, não consegue contratar uma babá, pois elas desistem facilmente do emprego.
Numa noite, enquanto redige com sua esposa um anúncio de jornal procurando uma babá, sua filha Jane aparece com uma carta mostrando como seria uma babá perfeita. Esta carta acaba chegando nas mãos de Mary Poppins, que é tudo aquilo que está descrito na carta. Mary Poppins possui poderes mágicos e, com seu amigo faz-tudo Bert, transforma a vida daquela família, com muita música, magia e diversão.

Elenco: Julie Andrews, Dick Van Dyke, Karen Dotrice, Matthew Garber, David Tomlinson, Glynis Johns

Notas: 
  • Em 1965, no Oscar, venceu nas categorias de melhor atriz (Julie Andrews), melhores efeitos visuais,melhor edição, melhor canção original e melhor trilha sonora substancialmente original.
  • Este filme ocupa a sexta colocação na Lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos, idealizada pelo American Film Institute (AFI), divulgada em 2006.



Esse não é o único filme que fala sobre outro filme de Hollywood. Não digo apenas filme que fala sobre a arte do cinema, que tem de monte, mas sim de filmes que contam a história por traz da produção de filmes conhecidos.
Para esse post, selecionei dois desses filmes que falam de produções famosas, mas que tiveram tipos de sucessos diferentes. Um conta as produções do diretor considerado o pior de todos os tempos e o outro nos conta como foi a produção do filme de suspense mais conhecida da história. São ótimos e valem como dicas preciosas de boas películas. 

___________________________________________________________________

O filme: Ed Wood (Tim Burton, 1994)
O filme de referência: Todos os filmes de Ed Wood, inclusive o anti-sucesso Plano 9 do Espaço Sideral (1959).





Ed Wood é um filme estadunidense de 1994, dos gêneros comédia dramática biográfica, dirigido por Tim Burton, sobre Edward Davis Wood Jr., considerado o pior diretor de todos os tempos. O roteiro é baseado em livro de Rudolph Grey. O filme foi rodado em preto-e-branco.

Elenco: Johnny Depp, Martin Landau, Patricia Arquette, Sarah Jessica Parker, Jeffrey Jones e Bill Murray

SinopseEd Wood (Johnny Depp) é um produtor e diretor de filmes trash e ficção científica, que usa da inventividade para fazer frente aos poucos recursos técnicos e orçamentários dos quais dispõe. A história passa-se na década de 1950, quando Ed se envolve com um grupo de atores desajustados, entre os quais estava Bela Lugosi (Martin Landau), já em final de carreira.


Após o sucesso de Edward Mãos de Tesoura (1990), Tim Burton decidiu produzir um filme que contasse a história de Ed Wood, tido como o pior diretor de todos os tempos. O diretor alega que decidiu realizar esse filme devido ao fato de que a amizade e proximidade de Ed Wood e Bela Lugosi o fazia lembrar de sua relação com Vincent Price (ator consagrado de filmes de terror).
O filme em si foi bem aclamado pela crítica e recebeu dois Oscars (Melhor Maquiagem e Melhor Ator Coadjuvante - Martin Landau).




Plano 9 do Espaço Sideral: Um filme feito para ser suspense que acabou virando um cult cômico de tão mal produzido. Cenas engraçadas, rodadas em cenários precários que se desprendiam e com a continuidade toda errada. Ora dia, ora noite, em apenas um movimento de câmera. Discos voadores de brinquedo e cenas que se repetiam. É tão puro que chega a ser ingênuo. Pena que Ed não viveu o suficiente para ver a obra que considerava seu Cidadão Kane ganhar tanta notoriedade. Roteiro ruim, cenas ruins, péssimas atuações. Porém, o engraçado é que o filme de tão ruim chega a ser divertido. Genial.
Na minha opinião, existem obras bem piores.
O filme hoje é um clássico cult.




Ed Wood: O filme não conta a história do diretor, não é uma cinebiografia como parece. Conta apenas o período entre sua primeira produção (Glen or Glenda) e seu grande anti-sucesso Plano 9 do Espaço Sideral.
É muito cômico, divertido e ao mesmo tempo emocionante. Os perrengues que os atores e a equipe passavam é nos passado de forma leve, mas nos mostra que Hollywood não é apenas glamour e dinheiro. Eu acabei ficando até com pena em certas situações.
Crédito para Martin Landau, que representa Bela Lugosi fabulosamente, como um ator decadente e esquecido, viciado em drogas, em seu últimos dias, mas sem deixar seu amor pelo trabalho e sua grande amizade com Ed de lado.
Os filmes do Tim Burton dispensam comentários. Produção muito bonita e bem datada, uma grande homenagem. O que mais diverte, na minha opinião, é você ver todas as cenas de Plano 9 sendo gravadas, identificá-las e rir novamente de tão ruim que ela é.





__________________________________________________________________


O Filme: Hitchcock (Sacha Gervasi, 2012)
O filme de referência: Psicose (Alfred Hitchcock, 1960)




Hitchcock é um filme dirigido por Sacha Gervasi e baseado no livro não fictício de Stephen Rebello Alfred Hitchcock and the Making of Psycho (Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose)

Elenco
  • Anthony Hopkins como Alfred Hitchcock
  • Helen Mirren como Alma Reville
  • Scarlett Johansson como Janet Leigh
  • Toni Collette como Peggy Robertson
  • Danny Huston como Whitfield Cook
  • Jessica Biel como Vera Miles
  • James D'Arcy como Anthony Perkins

Sinopse: Hitchcock foca na relação entre o diretor Alfred Hitchcock e sua esposa, Alma Reville, durante as filmagens de Psicose, abrangendo desde o assassino de Wisconsin Ed Gein, a inspiração real para o personagem Norman Bates, até o lançamento do inovador filme em 1960.




Psicose: O filme conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária que rouba 40 mil dólares da empresa onde trabalha. Durante a fuga, ela para para descansar no Bates Motel (que aliás é o nome da ótima série que é o prefácio desse filme), e lá é misteriosamente assassinada. Investigação vai, investigação vem, descobre-se quem é realmente o assassino de forma reveladora e instigante, sendo assim considerado um dos melhores finais de filmes de todos os tempos.
Hoje em dia, o filme pode parecer meio ultrapassado. Porém, na época em que estreou causou grande impacto na sociedade, principalmente a clássica cena de Marion sendo morta durante o banho com aquela sinistra trilha sonora.
Alfred sabia como ninguém criar expectativa no espectador, marcando sua maneira de dirigir filmes e deixando uma legião de fãs, entre eles, cineastas renomados que viram no diretor a vontade de fazer cinema.
Psicose foi tão pioneiro que a maioria dos filmes de suspense que vieram depois utilizaram massivamente a técnica da reviravolta para explicar seus roteiros, deixando assim a fórmula gasta, repetida e sem emoção.
Clássico.






Hitchcock: O filme conta a história por trás de Psicose e os conflitos que o filme trouxe para a vida do cineasta.
É incrível como a caracterização ficou perfeita nesse filme, não só de Anthony Hopkins, magnífico como sempre, mas de todo o elenco. Muito crédito para o casting, que escolheu bons atores e parecidos com as respectivas personagens e para a maquiagem, que fez milagre acontecer em cena. Tanto fez que foi indicado a Melhor Maquiagem no Oscar passado. Veja por si só:



Incrível, não?
O filme é belíssimo. Divertido e dramático de forma equilibrada, além de ter uma ótima trilha sonora e uma referência aquele que seria o próximo filme de Alfred. Mostra sua relação com sua amada esposa e com suas "loiras", as atrizes por quem tinha grande afeto. 
Recomendadíssimo.


__________________________________________________________________________

Interessante conhecer mais sobre esses clássicos, não é?
Ainda mais quando os conhecemos da mesma maneira como foram concebidos.
Espero que tenham gostado!

Abraços!