domingo, 25 de janeiro de 2015

Minha Experiência com Boyhood - da Infância a Juventude




No fim de 2013, vi rumores na internet do que seria um dos filmes mais ambiciosos da história do cinema: um filme que foi gravado durante 12 anos, com os mesmos atores, que acompanhava a vida de um garoto até de tornar adulto. Muito do que se foi especulado sobre essa obra era cercado de expectativa e mistério. Eis que, no começo de 2014, Boyhood foi lançado no Festival de Sundance e foi grandemente aclamado.
Confesso que, inicialmente, não foi um longa que me chamou atenção. Dos trailers que assisti ao roteiro, não vi nada de chamativo. Desde a fotografia, ao design de produção, tudo era muito simples, normal.
O ano então foi passando e as premiações foram lançando seus indicados, e Boyhood sempre figurava entre os melhores. Curiosamente, pelo menos para mim, o filme foi o mais bem avaliado do ano no Rotten Tomatoes, com 98% de aprovação. Naquela altura, já havia assistido Interestelar, O Grande Hotel Budapeste, entre outras produções que ao meu ver eram mais bem produzidas, e entãoa obra começou a me chamar atenção.
Um dia de outubro, enquanto fazia meu trabalho de checking em cinemas (sim, uma das minhas funções no meu emprego é assistir e conferir comerciais em cinema), me deparei com Boyhood. Assisti cinco minutos do filme, a surpresa foi grata, porém conto isso mais abaixo.
Semana passada, adquiri dois filmes: Garota Exemplar e Boyhood. Dois dos grandes campeões de crítica de 2014. Primeiramente, assisti Garota Exemplar, que é um estilo de filme que me agrada mais. Não me decepcionei, é claro, David Fincher é um dos meus cineastas preferidos. Estraguei a grande surpresado livro, que nem terminei de ler de tão ansioso que estava. Mas isso será discussão para um post futuro.
Quando a euforia por Garota Exemplar ainda estava a toda, resolvi assistir Boyhood.


Logo no início, entre nuvens, surge os costumeiros nomes das produtores e do filme, embalados por Yellow, do Coldplay, uma das minhas bandas preferidas. Somos então transportados para a história de um garoto, que vive com a irmã um pouco mais velha e a mãe, recém separada do pai e que luta para dar uma vida melhor aos filhos, nem que para isso cometa seus erros (afinal, #somostodoshumanos). Na pequena TV, o garoto assiste Dragonball (essas foram as surpresas ditas mais acima).
Como vocês puderam conferir nos primeiros posts do blog, fui uma criança que cresceu no virada do milênio. Logo, Coldplay e Dragonball fizeram parte da minha infância.
Conforme o filme foi passando, me identificava cada vez com o Mason, o garoto ali retratado. Os pais separados, as mudanças de casa, o novo marido da mãe. Foi realmente incrível o quanto vi da minha vida naquela história.
A simplicidade que comentei no começo do post, que seria uma barreira para mim, logo se tornou um ponto a mais. Afinal, a vida em si não é repleta de momentos simples?
A passagem no tempo é suave, e só é perceptível se você prestar atenção nos personagens. Assim, veio o corte de cabelo contra o gosto, a troca de escola, o bullyng.



A época em que Mason se torna adolescente é extraordinária. Ali vejo muitas referências as coisas que fizeram parte da minha, como a cultura emo, o primeiro beijo, questões como bebida e cigarro.
Todo o desenvolver do roteiro foi acompanhada por uma excelente trilha sonora, que pontua exatamente a época. Por isso, ouvimos de Coldplay à Britney Spears, de Blink 182 à Lady Gaga, de Kings of Leon  Arcade Fire à High School Musical.
Além de várias outras referências a cultura pop da década, como Harry Potter, Toy Story, Facebook.
Por essas e outras, Boyhood - da Infância a Juventude foi uma grata surpresa, que encanta pela sua simplicidade, pela boa história, por essa forte identificação e pelo envolvimento de todos que trabalharam nele. É uma linda obra, que te leva a pensar na vida como um grande filme que ela é.
Assim sendo, não espere grandes reviravoltas de roteiro, efeitos especiais, ou uma grande produção. Boyhood é um retrato da vida, com todas suas belezas e tristezas, seus momentos difíceis e inesquecíveis.
Com certeza, a dedicação dos atores de Richard Linklater merece todos os elogios que vem recebendo.