terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dica Musical - M83






Faz tempo que não dou uma dica de banda, não é? Deixei esse esquecimento de lado e fui procurar algo novo pra ouvir. Assisti um dia desses um programa na MTV que se chama Goo MTV, que mostra algumas novidades do Brasil e do mundo, então, eis que passou um clipe de criancinhas super-poderosas, com uma música super-legal. O nome da banda: M83.
Esse grupo francês se formou em 2001, mas não bombou muito. O nome da banda refere-se a Galáxia M83. Existem muitos gêneros que definem a banda, entre eles Indieletronica, Rock eletronico, Shoegazing (marcado pela utilização de instrumentos altos e letras suavemente cantadas, que também é um dos gêneros da banda The Naked and Famous, que aliás também é muito boa, fica a dica).
O mais recente álbum deles, intitulado "Hurry Up,  we're Dreaming", fez com que a banda entrasse em várias paradas mundo a fora. O primeiro single, Midnight City, que curiosamente é a música do clipe das criancinhas super-poderosas dito no começo do post, se tornou um sucesso, arrecadando milhões de visualizações no Youtube.
Veja aí os dois clipes das criancinhas que juntos formam uma historinha:


Midnight City


Reunion


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Captiosus - O Ser da Névoa





          Meu nome é Flávio. Tenho atualmente 32 anos e vivo na cidade de São Paulo. Poderia ser um homem comum, um simples paulistano, mas infelizmente não sou. Há alguns anos atrás, aconteceu-me um fato, um não, vários fatos, que me perturbam até os dias de hoje. Tentei guardá-los para mim, mas depois de refletir muito, decidi que seria melhor contá-los, para quem sabe tentar... Enfim.
          Esses relatos aconteceram á exatamente três anos, dois meses e vinte e um dias. No mesmo mês em que uma atriz famosa se suicidou, em que um presidente de um país da Ásia foi eleito, em que houve grandes catástrofes naturais no Caribe. Para mim, seria apenas mais um mês, um mês normal de trabalho.
          Era uma quinta-feira. Tudo parecia estar bem, mas só parecia. Andar sozinho nas ruas úmidas, em plena meia-noite, não era uma boa ideia. Justamente, não foi. As orelhas congelavam, a coriza era incessante, a fumaça que saia da boca era densa. As luzes postes de iluminação rasgavam o nevoeiro, causavam mantos luminosos em algumas partes e, infelizmente, não alcançava outras. Os cabelos arrepiados pela umidade, as bochechas duras. Era como eu me sentia naquela noite.
         Andava tão rápido que parecia flutuar, se não o fiz. Os pés dolorosos naqueles sapatos que encolheram com o frio. As mãos frenéticas dentro dos bolsos da blusa, remexendo os papéis de balas que guardava para jogar fora depois. A boca sussurrando as músicas que passavam nos fones de ouvido que causavam zumbidos quando tinha alguma rajada de vento.
         Não havia ninguém nas ruas, nem nas calçadas. Carro nenhum passava. As luzes dos prédios e das casas se apagavam uma a uma. Naquele momento, senti o que era realmente estar sozinho.
De repente, um vento tão violento veio de encontro a mim, me fazendo fechar os olhos e derrubando meus fones, pelas pálpebras, vi um raio de luz forte, como um relâmpago. O som que ele causava era amedrontador. A névoa ficara como louca, mas para minha irritação, não se dissipava. Até que, o vento parou. Mas, quando ele se foi, uma enorme brisa quente tomou conta do meu redor. O chão ainda estava brilhoso e a neblina ainda estava lá, mas aquele calor me fez abrir um pouco do zíper da blusa e fez brotar alguns pontos de suor em minha cabeça.
          Achava aquilo muito estranho, afinal, era uma fria noite de inverno, na entrada da madrugada. Era impossível uma calor daquele no momento, ainda mais com a presença de névoa e a fumaça que ainda saia da minha boca, tão quente quanto o ar que me envolvia.
          Até que senti algo me puxar a perna, o que me fez cair na rua molhada. O calor estava infernal. Ainda no chão, tirei a blusa, antes que torrasse. Com ela, fiz um movimento para que me abanasse, dissipando um pouco da névoa que estava ao meu redor, e revelando aquele terrível rosto branco, com vestes negras e com um colar em que o pingente era uma enorme aranha dourada.
          Esse ser que aparecera como um fantasma na minha frente, me puxou para cima, em um movimento absurdamente rápido, que me causou uma pequena tontura. Olhava para ele espantado, sua pele era tão plástica e moldurada, seu sorriso era imóvel. Fitei bem seus olhos, cor de grafite. Mas, eles pareciam estar muito profundos, como se estivessem dentro de um buraco aberto. Então, percebi que ele usava uma máscara. Depois disso, apaguei.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sessão de Publicidade - Agosto




Como disse, todo mês irei fazer um post especialmente falando de publicidade.
Nesse mês de agosto, o mundo inteiro respirou e falou dos Jogos Olímpicos de Londres. Agora que eles acabaram, os olhos de todos irão se voltar para a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro, que como vocês sabem será a próxima sede dos jogos.
Para aproveitar esse momento onde o espírito do esporte ainda vaga nas mentes das pessoas, a Prefeitura do Rio fez um filme com a produção da Pindorama Filmes e criado pela Prole no qual vários pessoas, dentre elas famosas, representam deuses do Olimpo que chegam a cidade.
A trilha sonora é uma mistura de samba e bossa nova, é claro, feita por Arlindo cruz e cantada por muitos outros artistas. Se chama "Os Grandes Deuses do Olimpo Visitam o Rio de Janeiro" e será a música-tema.

Agora, o momento crítico:
Confesso que, se não estivesse na descrição da letra da música e fixo no próprio vídeo, jamais descobriria ou entenderia que essas personalidades são deuses do Olimpo, afinal, não há nada que diga isso explicitamente no filme. Quando comecei a assistir o vídeo, esperava que houvesse algum efeito especial, ou algum figurino, ou até mesmo os nomes dos deuses, que denunciasse quem os artistas representam. Só compreendi que a Regina Casé faz o papel de Artemis porque a música disse, fora essa, não deu pra identificar mais nenhum deus grego.
Apesar disso, o clipe mostra bem a cidade como é e não foge dos clichês que sempre é falar do Rio: samba e as paisagens exuberantes. Portanto, creio eu que os Jogos Olímpicos irão representar nada mais do que um reforço desse clichê. Espero que não, pois os Jogos Olímpicos não são só da cidade, mas também do Brasil, que tem muito mais que apenas isso pra mostrar. Além disso, deviam também explorar o fato de que as Olimpíadas são realizadas pela primeira vez na América do Sul, mas acho isso muito improvável e até, dependendo das circunstâncias, dispensável.
Além de que, devo confessar também, que na minha humilde opinião será impossível bater o Reino Unido no quesito musical, afinal, The Beatles, Pink Floid e David Bowie não é pouca coisa, além de que prefiro o bom e velho rock do que o samba. Mas esse é meu gosto e minha opinião.
Olha que isso não é um discurso de um paulista invejoso não, muito pelo contrário, pois estou muito feliz pelo Rio ter essa oportunidade e tenho muita vontade de conhecer a cidade, só acho que não deveriam desperdiçar a chance de quebrar clichês e mostrar que tem mais. Além disso, é uma análise do filme, e não da cidade.
Bom, vejam o vídeo e tirem suas próprias conclusões.




A coisa boa dessa história toda é que o cachê dos envolvidos será doado para a ONG Ação Social pela Música.
O videoclipe foi dirigido pelo sócio da Pindorama Filmes, Estevão Ciavatta.



domingo, 12 de agosto de 2012

Dica de Filme - Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas



Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas




  • Estados Unidos
  • 2003
  • Cor
  • 125 min. (2h e 5min.)
  • Direção: Tim Burton
  • Roteiro: John August
  • Principais Atores: Ewan McCregor, Albert Finney, Billy Crudup

A segunda dica de filme que darei aqui no Fobofobia é Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas. Quem viu o post dos 15 filmes que mais marcaram minha infância, deve ter percebido que 3 deles foram dirigidos por Tim Burton, sem dúvidas uns dos meus cineastas preferidos.
Antes de assistir esse filme, confesso que fiquei com um pé atrás, pois pela sinopse, pensei que seria muito melodramático para as loucuras de Burton. Além de que é um dos filmes menos conhecidos e lembrados do diretor. Porém, para minha surpresa, ao assistir o filme me tornei mais fã ainda de seu trabalho.
Big Fish é uma mistura de comédia, drama e fantasia muito bem trabalhados e equilibrados. O filme te envolve de tal maneira que ao acabar você fica vidrado ainda na tela, esperando mais. 
A enredo se baseia em Ed Bloom, um exímio contador de histórias, que vive seus momentos finais na Terra. Suas histórias que estão entre a realidade e a fantasia encantam á todos que ouvem, menos á seu filho, Will, que criou uma certa distância na relação com o pai. Com os dias chegando ao fim, Sandra, esposa de Ed e mãe de Will, tenta reaproximá-los, o que desencadeia uma série de outros acontecimentos.
O filme se chama Peixe Grande pelo fato de Ed ser um peixe grande demais para o lago que é a vida. Muitos o compararam com Forrest Gump, o que é inevitável, mas é um filme muito particular e cheio de personalidade. A direção de arte, como toda obra de Tim Burton, é impecável, além da maravilhosa trilha sonora de Danny Elfman, compositor muito requisitado pelo diretor, e da música Man Of The Hour, do Pearl Jam, que passa nos créditos e que te deixa com aquele sentimento de "poxa, acabou" no final, além de fazer brotar lágrimas nos cantinhos dos olhos.
Fora as atuações muito boas de todos os atores, principalmente os principais, com o perdão do trocadilho, e também os secundários, como o Gigante e o dono de circo vivido pelo Danny DeVito, que tem uma dispensável cena de nudez em que mostra suas nádegas...
Foi uma pena que o filme não tenha feito tanto sucesso, até porque foi lançado na mesma época de O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, que foi arrasador, o que causou que o filme passasse meio que batido. Apesar de tudo, foi muito bem nas críticas, retomando a carreira de Burton que estava em baixa em Hollywood depois do fiasco de Planeta dos Macacos.
Peixe Grande teve indicações a vários prêmios, entre eles o Oscar de Melhor Trilha Sonora e vários outros no Globo de Ouro, como o de melhor canção para Man Of The Hour, mas infelizmente não levou nenhum.
É entre essas e outras que Tim Burton é Tim Burton.

Filme em uma frase:
" Realidade á lá Tim Burton".