quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Filmes que Falam sobre Filmes




Recentemente estreou nos EUA "Saving Mr. Banks" (no Brasil, tristemente traduzido para Walt nos Bastidores de Mary Poppins*), que conta com um grande time de atores, como os vencedores do Oscar Emma Thompson, que você conhece como a doida professora de adivinhação Sybill Trelaweny, dos filmes de Harry Potter e como a Babá McPhee; e Tom Hanks, que dispensa apresentações.



Como o título brasileiro nos diz, o roteiro do filme conta-nos como foi os bastidores de um dos filmes mais queridos de todos os tempos: Mary Poppins. Durante quatorze anos, Walt Disney (Tom Hanks) tentou adquirir os direitos de Mary Poppins da escritora australiana P.L. Travers (Emma Thompson). Quando o acordo foi finalmente fechado e o filme foi terminado, a autora mostrou-se muito descontente com o o resultado final, especialmente no que diz respeito às cenas em animação.
O filme foi muito bem recebido pelos críticos e é um dos grandes favoritos ao Oscar 2014.

*Mary Poppins: é um filme norte-americano de 1964, do gênero fantasia musical, dirigido por Robert Stevenson, e com roteiro baseado nos livros de mesmo nome de P. L. Travers.


Sinopse: Em 1910, em Londres, o banqueiro Mr. Banks, um homem frio que trata com rigidez Jane e Michael, seus filhos sapecas, não consegue contratar uma babá, pois elas desistem facilmente do emprego.
Numa noite, enquanto redige com sua esposa um anúncio de jornal procurando uma babá, sua filha Jane aparece com uma carta mostrando como seria uma babá perfeita. Esta carta acaba chegando nas mãos de Mary Poppins, que é tudo aquilo que está descrito na carta. Mary Poppins possui poderes mágicos e, com seu amigo faz-tudo Bert, transforma a vida daquela família, com muita música, magia e diversão.

Elenco: Julie Andrews, Dick Van Dyke, Karen Dotrice, Matthew Garber, David Tomlinson, Glynis Johns

Notas: 
  • Em 1965, no Oscar, venceu nas categorias de melhor atriz (Julie Andrews), melhores efeitos visuais,melhor edição, melhor canção original e melhor trilha sonora substancialmente original.
  • Este filme ocupa a sexta colocação na Lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos, idealizada pelo American Film Institute (AFI), divulgada em 2006.



Esse não é o único filme que fala sobre outro filme de Hollywood. Não digo apenas filme que fala sobre a arte do cinema, que tem de monte, mas sim de filmes que contam a história por traz da produção de filmes conhecidos.
Para esse post, selecionei dois desses filmes que falam de produções famosas, mas que tiveram tipos de sucessos diferentes. Um conta as produções do diretor considerado o pior de todos os tempos e o outro nos conta como foi a produção do filme de suspense mais conhecida da história. São ótimos e valem como dicas preciosas de boas películas. 

___________________________________________________________________

O filme: Ed Wood (Tim Burton, 1994)
O filme de referência: Todos os filmes de Ed Wood, inclusive o anti-sucesso Plano 9 do Espaço Sideral (1959).





Ed Wood é um filme estadunidense de 1994, dos gêneros comédia dramática biográfica, dirigido por Tim Burton, sobre Edward Davis Wood Jr., considerado o pior diretor de todos os tempos. O roteiro é baseado em livro de Rudolph Grey. O filme foi rodado em preto-e-branco.

Elenco: Johnny Depp, Martin Landau, Patricia Arquette, Sarah Jessica Parker, Jeffrey Jones e Bill Murray

SinopseEd Wood (Johnny Depp) é um produtor e diretor de filmes trash e ficção científica, que usa da inventividade para fazer frente aos poucos recursos técnicos e orçamentários dos quais dispõe. A história passa-se na década de 1950, quando Ed se envolve com um grupo de atores desajustados, entre os quais estava Bela Lugosi (Martin Landau), já em final de carreira.


Após o sucesso de Edward Mãos de Tesoura (1990), Tim Burton decidiu produzir um filme que contasse a história de Ed Wood, tido como o pior diretor de todos os tempos. O diretor alega que decidiu realizar esse filme devido ao fato de que a amizade e proximidade de Ed Wood e Bela Lugosi o fazia lembrar de sua relação com Vincent Price (ator consagrado de filmes de terror).
O filme em si foi bem aclamado pela crítica e recebeu dois Oscars (Melhor Maquiagem e Melhor Ator Coadjuvante - Martin Landau).




Plano 9 do Espaço Sideral: Um filme feito para ser suspense que acabou virando um cult cômico de tão mal produzido. Cenas engraçadas, rodadas em cenários precários que se desprendiam e com a continuidade toda errada. Ora dia, ora noite, em apenas um movimento de câmera. Discos voadores de brinquedo e cenas que se repetiam. É tão puro que chega a ser ingênuo. Pena que Ed não viveu o suficiente para ver a obra que considerava seu Cidadão Kane ganhar tanta notoriedade. Roteiro ruim, cenas ruins, péssimas atuações. Porém, o engraçado é que o filme de tão ruim chega a ser divertido. Genial.
Na minha opinião, existem obras bem piores.
O filme hoje é um clássico cult.




Ed Wood: O filme não conta a história do diretor, não é uma cinebiografia como parece. Conta apenas o período entre sua primeira produção (Glen or Glenda) e seu grande anti-sucesso Plano 9 do Espaço Sideral.
É muito cômico, divertido e ao mesmo tempo emocionante. Os perrengues que os atores e a equipe passavam é nos passado de forma leve, mas nos mostra que Hollywood não é apenas glamour e dinheiro. Eu acabei ficando até com pena em certas situações.
Crédito para Martin Landau, que representa Bela Lugosi fabulosamente, como um ator decadente e esquecido, viciado em drogas, em seu últimos dias, mas sem deixar seu amor pelo trabalho e sua grande amizade com Ed de lado.
Os filmes do Tim Burton dispensam comentários. Produção muito bonita e bem datada, uma grande homenagem. O que mais diverte, na minha opinião, é você ver todas as cenas de Plano 9 sendo gravadas, identificá-las e rir novamente de tão ruim que ela é.





__________________________________________________________________


O Filme: Hitchcock (Sacha Gervasi, 2012)
O filme de referência: Psicose (Alfred Hitchcock, 1960)




Hitchcock é um filme dirigido por Sacha Gervasi e baseado no livro não fictício de Stephen Rebello Alfred Hitchcock and the Making of Psycho (Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose)

Elenco
  • Anthony Hopkins como Alfred Hitchcock
  • Helen Mirren como Alma Reville
  • Scarlett Johansson como Janet Leigh
  • Toni Collette como Peggy Robertson
  • Danny Huston como Whitfield Cook
  • Jessica Biel como Vera Miles
  • James D'Arcy como Anthony Perkins

Sinopse: Hitchcock foca na relação entre o diretor Alfred Hitchcock e sua esposa, Alma Reville, durante as filmagens de Psicose, abrangendo desde o assassino de Wisconsin Ed Gein, a inspiração real para o personagem Norman Bates, até o lançamento do inovador filme em 1960.




Psicose: O filme conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária que rouba 40 mil dólares da empresa onde trabalha. Durante a fuga, ela para para descansar no Bates Motel (que aliás é o nome da ótima série que é o prefácio desse filme), e lá é misteriosamente assassinada. Investigação vai, investigação vem, descobre-se quem é realmente o assassino de forma reveladora e instigante, sendo assim considerado um dos melhores finais de filmes de todos os tempos.
Hoje em dia, o filme pode parecer meio ultrapassado. Porém, na época em que estreou causou grande impacto na sociedade, principalmente a clássica cena de Marion sendo morta durante o banho com aquela sinistra trilha sonora.
Alfred sabia como ninguém criar expectativa no espectador, marcando sua maneira de dirigir filmes e deixando uma legião de fãs, entre eles, cineastas renomados que viram no diretor a vontade de fazer cinema.
Psicose foi tão pioneiro que a maioria dos filmes de suspense que vieram depois utilizaram massivamente a técnica da reviravolta para explicar seus roteiros, deixando assim a fórmula gasta, repetida e sem emoção.
Clássico.






Hitchcock: O filme conta a história por trás de Psicose e os conflitos que o filme trouxe para a vida do cineasta.
É incrível como a caracterização ficou perfeita nesse filme, não só de Anthony Hopkins, magnífico como sempre, mas de todo o elenco. Muito crédito para o casting, que escolheu bons atores e parecidos com as respectivas personagens e para a maquiagem, que fez milagre acontecer em cena. Tanto fez que foi indicado a Melhor Maquiagem no Oscar passado. Veja por si só:



Incrível, não?
O filme é belíssimo. Divertido e dramático de forma equilibrada, além de ter uma ótima trilha sonora e uma referência aquele que seria o próximo filme de Alfred. Mostra sua relação com sua amada esposa e com suas "loiras", as atrizes por quem tinha grande afeto. 
Recomendadíssimo.


__________________________________________________________________________

Interessante conhecer mais sobre esses clássicos, não é?
Ainda mais quando os conhecemos da mesma maneira como foram concebidos.
Espero que tenham gostado!

Abraços!




Nenhum comentário:

Postar um comentário